Poloneses em manifestação nas ruas de Varsóvia - Getty Images
Europa

Mulher grávida morre e poloneses protestam contra lei que proíbe o aborto no país

Manifestações do último dia 6 relembram o caso de Izabela, que estava grávida de um feto com má formação

Paola Orlovas, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 08/11/2021, às 12h26

Milhares de poloneses foram às ruas de Varsóvia, capital do país, no último sábado, 6, para protestar uma lei que entrou em vigor no início do ano, que proibia o aborto. A medida ocasionou a morte de uma gestante que tinha apenas 30 anos, Izabela. A mulher, que sofria uma gravidez de risco, gerando um feto com má formação, faleceu em setembro, sem receber o devido tratamento.

Izabela morreu após 22 semanas de gestação, dentro de um hospital da cidade de Pszczyna, no sul da Polônia, após a interrupção de sua gravidez ser adiada. Sua morte não veio ao público até a semana passada.

Segundo a DW Brasil, a advogada da família da vítima, Jolanta Budzowska, se manifestou sobre a falta de cuidado por parte dos profissionais de saúde que cuidavam de Izabela via Twitter, dizendo: “Os médicos esperaram que o feto morresse. O feto morreu, a paciente morreu. Choque séptico”.

Ainda segundo a advogada e a família, o feto não possuía líquido amniótico suficiente para sobreviver, o que fez Izabela ser a primeira vítima de uma decisão contra o aborto em casos de má-formação fetal grave, estabelecida em outubro de 2020, feita pelo Tribunal Constitucional, mas que entrou em vigor em janeiro de 2021. 

Hoje, o aborto na Polônia só é permitido em casos de estupro, incesto ou quando a vida da mãe estiver em perigo e, de acordo com a DW Brasil, ONGs estimaram que quase 200 mil abortos seriam feitos por polonesas de forma clandestina ou fora do país.

Izabela, que era casada há dez anos e deixou uma filha de nove, escreveu sobre o que passava para a mãe, em uma mensagem que se tornou pública após a comoção dos poloneses: 

A criança pesa 485 gramas. No momento, por causa da lei do aborto, tenho que ficar de cama. E não há nada que possam fazer. Eles irão esperar até que eu morra, ou uma septicemia”, digitou.

Além disso, uma investigação está sendo conduzida, e dois dos médicos do hospital em que estava, localizado na cidade de Pszczyna, foram suspensos após a sua morte.

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