O presidente Jair Bolsonaro - Getty Images
Brasil

“No mínimo, irresponsável”, diz médico sobre fala de Bolsonaro que associa vacina à AIDS

Em entrevista à Máxima, o reumatologista Fábio Jennings, que participou do estudo da vacina de Oxford no Brasil, comenta comenta a esdrúxula declaração do presidente

Fabio Previdelli Publicado em 26/10/2021, às 11h32

Na última quinta-feira, 21, o presidente Jair Bolsonaro gerou polêmica após participar de uma live onde cita que “relatório oficiais do governo do Reino Unido” apontam que pessoas totalmente vacinadas contra o novo coronavírus estariam “desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida [AIDS] mais rápido que o previsto”. 

O vídeo, com a notícia falsa, foi tirado do ar e não está mais disponível no Facebook e nem no Instagram. Na última segunda-feira, 25, o YouTube também adotou o mesmo procedimento por “violar as diretrizes da comunidade”. O canal do presidente na plataforma ficará suspenso por uma semana.

Além das críticas nas redes sociais e por opositores, especialistas de saúde também vão de encontro com as falas do mandatário brasileiro. Em entrevista à Máxima, por exemplo, Fábio Jennings, médico reumatologista da Universidade Federal de São Paulo e membro Executivo da Sociedade Brasileira de Reumatologia, classificou a fala de Bolsonaro como “no mínimo irresponsável”.

"O presidente da república durante uma live semanal citou um suposto estudo britânico que associaria as vacinas contra o Sars-Cov-2 com 'desenvolvimento mais rápido da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)'. Nessa fala do presidente vários equívocos podem ser apontados”, diz o reumatologista, que participou do estudo da vacina de Oxford no Brasil — à época, ele foi entrevistado pela equipe do site do Aventuras na História

Não existe nenhum estudo associando as vacinas para Sars-Cov-2 com o desenvolvimento de infecção ou aceleração de casos de AIDS. Essa notícia foi retirada do ar por autoridades do Reino Unido por se tratar de informação falsa”, continua Jennings

Fábio explica que a recomendação do Ministério da Saúde, que segue as diretrizes internacionais, é totalmente o oposto da fala de Bolsonaro, já que o órgão orienta que pessoas que vivem com o HIV se vacinem com as duas doses do imunizante.

“No momento em que o Brasil passa dos 605 mil mortos por COVID19 sendo a segunda nação em número de vítimas e que só conseguimos uma inflexão da curva da pandemia às custas dos efeitos protetores das vacinas, a fala do mandatário do país é, no mínimo, irresponsável”, conclui Jennings.

Para ler a entrevista completa de Fábio Jennings à Máxima, clique aqui!

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