Kenneth Smith, executado na última quinta-feira, 25 - Reprodução / Alabama Department of Corrections
Estados Unidos

Nos EUA, homem é executado com gás nitrogênio em prisão pela 1ª vez

O caso de Kenneth Smith ficou conhecido após ele ter conseguido escapar da sua primeira tentativa de execução, mas agora, sentença foi concluída

Isabelly de Lima Publicado em 26/01/2024, às 07h56

Na noite de quinta-feira, 25, o Alabama marcou uma data controversa ao executar Kenneth Smith, tornando-o o primeiro preso no corredor da morte a morrer por gás nitrogênio nos Estados Unidos. O novo método de execução, visto por especialistas como potencialmente doloroso e até mesmo torturante, levantou sérias preocupações.

Kenneth Smith, condenado por seu envolvimento em um assassinato de aluguel em 1988, havia sobrevivido a uma tentativa anterior de execução por injeção letal em 2022. Seu apelo de última hora para suspender a tentativa foi negado pela Suprema Corte dos EUA, e a execução ocorreu conforme programado.

A hora da morte de Smith foi registrada às 20h25, horário local, com autoridades anunciando que o gás nitrogênio foi aplicado por cerca de 15 minutos. Durante esse período, Smith fez uma declaração prolongada, afirmando: "Esta noite, o Alabama fez com que a humanidade desse um passo para trás" e expressando gratidão por aqueles que o apoiaram.

Testemunhas relataram que, durante vários minutos após o início da execução, Smith parecia consciente, mas em seguida "tremeu e se contorceu em uma maca" por dois minutos. Posteriormente, sua respiração desacelerou até não ser mais perceptível. Autoridades justificaram essas reações como efeitos colaterais esperados do processo de hipóxia por nitrogênio.

Reações à morte

O comissário do Departamento de Correções do Alabama, John Hamm, comentou sobre o tremor de Smith, sugerindo que ele parecia estar prendendo a respiração ao máximo e possivelmente "lutando contra suas restrições". A respiração agonal, descrita como uma espécie de respiração ofegante em pessoas morrendo, foi observada durante a execução.

O conselheiro espiritual de Kenneth, Reverendo Jeff Hood, descreveu a execução como a "coisa mais horrível" que já testemunhou, destacando convulsões, repetidas elevações na maca e ofegar. Enquanto a equipe jurídica de Smith lamentou profundamente sua morte, Hood classificou o evento como "um mal inacreditável".

Cela de execução localizada nos Estados Unidos - Reprodução / Departamento de correções do Alabama e do Arkansas

 

Um dos filhos da vítima, Elizabeth Sennett, no entanto, expressou que a execução de Smith trouxe justiça para sua mãe, ressaltando que, apesar de nada poder trazê-la de volta, a dívida de Kenneth Smith foi "paga esta noite".

“Estamos felizes por este dia ter acabado. Todas as três pessoas envolvidas neste caso anos atrás, nós as perdoamos”. “Kenneth Smith tomou algumas decisões erradas há 35 anos e sua dívida foi paga esta noite”, disse Mike Sennett para a CNN.

Momentos finais

A equipa jurídica de Smith disse, em um comunicado, estar “profundamente entristecida” pela morte, acrescentando que ele descobriu e “praticou sinceramente a sua fé”, ficando sóbrio e ajudando outros reclusos a alcançarem a sobriedade, obtendo até um diploma de associado.

Segundo informações divulgadas pelo Departamento de Correções do Alabama, Smith aceitou uma refeição final de bife, fricassé e ovos antes da execução, de acordo com a CNN Brasil.

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