Novos geoglifos são encontrados na divisa entre o Acre e a Bolívia - Foto por Diego Gurgel pela Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom)
Arqueologia

Geoglifos inéditos são descobertos e fotografados no Acre

Os misteriosos desenhos foram registrados durante sobrevoo na divisa do Acre com a Bolívia

Éric Moreira, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 02/07/2022, às 12h48

O governo divulgou na última quinta-feira, 30, algumas novas descobertas no que se refere a arqueologia no Brasil. Três conjuntos de geoglifos próximos uns aos outros, circulares e quadrados, foram descobertos por fotógrafo em sobrevoo de rotina na divisa entre o Acre — referência sul-americana quando o assunto são geoglifos, com mais de mil registrados — e a Bolívia.

Os monumentos foram encontrados entre a margem direita do Igarapé Miterrã e a margem esquerda do Rio Rapirrã, entre os municípios acreanos de Capixaba e Plácido de Castro. De acordo com o paleontólogo Alceu Ranzi — um dos primeiros a estudar os sítios arqueológicos do Acre —, os registros são inéditos.

Nós ainda não tínhamos registro nesta fronteira. Temos muitos próximos de Plácido de Castro e ao longo da BR-317, sentido para Capixaba, mas, ao longo da fronteira com a Bolívia, que já é de difícil acesso, a gente não fez trabalho de campo nessa região. É uma descoberta extremamente importante, porque amplia a área", disse o pesquisador Ranzi.

Diego Gurgel, fotógrafo responsável pela descoberta — e autor de outros registros de geoglifos no estado — destacou que o horário do voo foi crucial para a identificação dos monumentos. "Só foi possível enxergá-los graças à angulação acentuada dos raios solares da manhã, caso contrário seria praticamente impossível enxergá-los, pois seus barrancos não produziriam uma sombra", explicou.

Registro de geoglifos descobertos recentemente/ Foto por Diego Gurgel pelaS ecretaria Especial de Comunicação Social (Secom)

 

Outros geoglifos

Na década de 1970, outros geoglifos foram descobertos na Amazônia, por conta do aumento dos desmatamentos na região. Logo, o pesquisador Alceu Ranzi destaca o quão importante é preservar esse conhecimento e construções, que são relevantes para a cultura e história local.

Isso é um patrimônio dos acreanos, brasileiros e da humanidade e deve ter em torno de 2 mil anos. São civilizações que desapareceram ou pararam de usar de construção monumental e geométricas e as datações nos levaram entre 1.000 e 1.012 anos. Então, é uma responsabilidade nossa cuidar disso. [...]Estamos caminhando em cima de pegadas de nossos ancestrais, é um solo sagrado."
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