Imagem promocional de 'O Rei do Gado' (1996) - Divulgação/TV Globo
O Rei do Gado

O ator de ‘O Rei do Gado’ que morreu recluso e longe da TV

Ele participou de mais de 30 projetos televisivos e nos cinemas, além de artista plástico e ativista pelo direito dos negros

Fabio Previdelli Publicado em 10/12/2022, às 00h00

Em 17 de junho de 1996, estreou na Rede Globo a novela ‘O Rei do Gado’. Escrita por Benedito Ruy Barbosa, a trama conta a história de duas famílias de imigrantes italianos que vivem uma ‘guerra’ que passa por gerações. 

Apesar da rivalidade, em virtude da luta por posse de terra, o amor entre dois jovens desafia o histórico conturbado entre os Mezenga e os Berdinazzi. A reprise de ‘O Rei do Gado’, atualmente, está sendo exibida no ‘Vale a Pena Ver de Novo’ desde o mês passado.

Antônio Fagundes na pele de Bruno Mezenga, em 'O Rei do Gado'/ Crédito: Divulgação / TV Globo

 

A produção conta com grandes atores como: Antônio Fagundes, Patricia Pillar, Raul Cortez, Glória Pires, Stênio Garcia, Oscar Magrini, Sílvia Pfeifer, Fábio Assunção, entre outros. Mesmo com o sucesso da trama, um ator que fez parte do elenco da novela morreu no ‘esquecimento’: Antônio Pompêo

A trajetória de Pompêo

Em ‘O Rei do Gado’, Antônio Pompêo deu vida ao personagem Dominguinhos, um ativista do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que ocupava as terras do fazendeiro Bruno Mezenga (vivido por Antônio Fagundes).

Natural de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, o ator nasceu em 23 de fevereiro de 1953. Ao longo de sua carreira, participou de mais de 30 projetos televisivos e nos cinemas. O primeiro deles foi em ‘A Moreninha’ (1975), pela Globo. 

Nas telonas a primeira oportunidade veio em 1976, no filme ‘Xica da Silva’, estrelado por Zezé Motta, uma de suas grandes amigas, e dirigido por Cacá Diegues. Nos anos 1980, viveu o cangaceiro Sabonete na minissérie ‘Lampião e Maria Bonita’. 

Antonio Pompêo (centro) em "Lampião e Maria Bonita"/ Divulgação/ Rede Globo

 

Naquela década ainda participou de ‘A Máfia do Brasil’ (1984), ‘O Tempo e o Vento’ (1985), ‘Tenda dos Milagres (1985)’, ‘SInhá Moça’ (1986) e ‘O Outro’ (1987). Já em 1989, Antônio Pompêo deixou a Globo e assinou contrato com a TV Manchete. 

Na extinta emissora, atuou em quatro produções, com destaque para a marcante ‘A História de Ana Raio e Zé Trovão’ (1990). Posteriormente, Pompêo ainda fez alguns vai-e-volta entre os dois canais. 

Antes de ‘O Rei do Gado’, ele esteve no elenco de outras marcantes tramas: ‘Pedra Sobre Pedra’ (1992), ‘Mulheres de Areia’ (1993), ‘Fera Ferida’ e ‘A Viagem’ (1994). Pompêo encerrou esta sua passagem pela Globo em 2003, após ‘A Casa das Sete Mulheres’. 

Em 2005, chegou à Record, onde fez ‘Prova de Amor’ (2005) e ‘Chamas da Vida’ (2008). Ainda participou de ‘Força-Tarefa’ (2010), na Globo. Mas seus últimos papéis foram na Record: ‘Rebelde’ (2011) e ‘Balacobaco’ (2012). 

Além da dramaturgia, Antônio Pompêo também era artista plástico e ativista pelo direito dos negros, chegando a ser diretor de Promoção, Estudos, Pesquisas e Divulgação da Cultura Afro-Brasileira da Fundação Palmares, ligada ao Ministério da Cultura.

Morte no esquecimento 

Em 5 de janeiro de 2016, Antônio Pompêo foi encontrado morto em sua casa em Guaratiba, zona Oeste do Rio de Janeiro, após três dias desaparecido. Ela tinha 62 anos. À época, a atriz Zezé Motta recordou que Pompêo vivia recluso e sofria com a falta de trabalhos. 

O ator Antônio Pompêo/ Crédito: Reprodução

 

"Não teve o grande reconhecimento que merecia, e acho que morreu de tristeza. Tínhamos uma relação que não tinha nome. [...] Pompêo foi um grande amigo, companheiro, irmão. [...] Meu amigo estava recluso, deprimido com a falta de oportunidades”, declarou ao Jornal da Tarde.

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