A professora Samara Araújo e o pai, Simário - Reprodução/TV Globo
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Oito dias presa: Professora detida injustamente no Rio é solta

A professora Samara Araújo, de 23 anos, foi presa injustamente no dia 23 de novembro acusada de cometer crime de extorsão na Paraíba em 2010

Redação Publicado em 04/12/2023, às 10h16

No final de novembro, a professora Samara Araújo, de 23 anos e que leciona matemática em uma escola de Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio, enfrentou um dos momentos mais conturbados de sua vida ao ser levada presa ainda em sala de aula, enquanto trabalhava, acusada injustamente de cometer um crime em 2010, quando ainda era uma criança. Recentemente, porém, ela finalmente foi liberta e comentou o caso.

De acordo com declaração da professora ao Fantástico, da TV Globo, ela só foi solta depois que seu pai, Simário, descobriu um erro na investigação, apontando a possibilidade de ela ter sido vítima de um golpe.

No caso, Samara foi presa sob acusação de cometer um crime de extorsão na Paraíba em 2010, quando ainda era apenas uma criança — a acusação caiu sobre ela pois, na época, foi utilizada uma conta bancária com seus dados pessoais.

+ Professora é presa no Rio por crime que ocorreu quando tinha 10 anos

Para o caso, conforme repercutido pelo UOL, a família contratou um advogado que conseguiu questionar a prisão de Samara determinada pela Justiça da Paraíba. O Ministério Público do estado, então, confirmou que os criminosos originalmente utilizaram o CPF não só de Samara, como também de outras pessoas.

Ao todo, antes de finalmente ser liberta, Samara passou oito dias detida no presídio feminino de Benfica, na zona norte do Rio, e relatou ao Fantástico ter dividido a cela com 21 pessoas. Após ser solta, reencontrou-se com o marido e o filho, de dois anos, mas segue abalada: "Eu estou com medo de que de repente eu seja tirada da minha família novamente."

Falha investigativa

Infelizmente, no breve tempo em que esteve presa, Samara perdeu a própria formatura — ela concluiu seu curso de Matemática na Universidade Federal Fluminense (UFF), e a celebração ocorreu no dia 25 de novembro.

Vale ressaltar que a prisão decretada em momento anterior, em face da referida acusada, depreendeu-se a partir de parcas [poucas] informações trazidas aos autos pelas partes", justificou a Justiça da Paraíba no pedido de soltura.

A defesa de Samara, no entanto, alegou que a vara paraibana pediu o mandado de prisão para que a professora fosse forçada a se manifestar no processo, visto que outras pessoas já haviam sido julgadas. Em vez disso, porém, não houve uma checagem adequada das informações para saber se ela poderia realmente ser a autora do crime.

"Nem o Ministério Público, nem o juiz, nem a própria delegacia, que investigou o crime, se atentou em solicitar mais informações, seja à Caixa Econômica Federal, que era o banco onde os valores foram depositados, seja a qualquer sistema do governo, porque o governo hoje tem um amplo acesso a informações pessoais. Nada disso foi requerido, foi solicitado, foi produzido. Houve uma deficiência muito grande dos órgãos da Paraíba nesse sentido", afirmou por fim o advogado Marcos Gois.

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