Antiga fotografia de um tigre-da-tasmânia - Domínio Público via Wikimedia Commons
Ciência

Pela primeira vez, RNA de tigre-da-tasmânia já extinto é recuperado

Hoje extintos, os tigres-da-tasmânia viveram por onde hoje fica a Austrália e algumas ilhas adjacentes

Redação Publicado em 20/09/2023, às 09h21

Um marsupial carnívoro com o tamanho aproximado de um cachorro, o tigre-da-tasmânia (ou lobo-da-tasmânia) foi um antigo predador que caçava, entre várias presas, cangurus, e vivia onde hoje está a Austrália e em algumas ilhas próximas. Acredita-se que sua extinção tenha ocorrido ainda no século XX, justamente graças ao maior contato com humanos, de acordo com o g1.

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Porém, o que, até então, era motivo para uma das lamentações mais comuns sobre o animal — o fato de ele já ser considerado extinto —, hoje possibilita uma importante celebração a um grupo de cientistas suecos: na terça-feira, 19, foi anunciada pela primeira vez uma recuperação com sucesso de RNA (material genético semelhante ao DNA) de um espécime armazenado desde 1891 em um museu em Estocolmo.

Um tigre-da-tasmânia em fotografia tirada em 1928 no Jardim Zoológico de Hobart, na Tasmânia, Austrália / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

 

Avanço para a ciência

Nos últimos tempos, a extração de DNA de animais e plantas pré-históricos, alguns inclusive com milhões de anos, é cada vez mais comum dentro da comunidade científica. No entanto, a recuperação de RNA — uma molécula menos estável que o DNA — de uma espécie extinta era, até então, inédita.

O sequenciamento de RNA dá uma ideia da verdadeira biologia e regulação do metabolismo que acontecia nas células e tecidos dos tigres-da-tasmânia antes de serem extintos", explica Emilio Mármol Sánchez, geneticista e bioinformático do Centro de Paleogenética e SciLifeLab, na Suécia, e líder do estudo, publicado na Genome Research.

É pontuado ainda que, embora este não tenha sido o foco inicial da pesquisa, a extração bem-sucedida de RNA antigo poderia impulsionar grandemente as iniciativas de recriação de espécies já extintas, tal qual nas obras de ficção científica. Isso, sem mencionar que a recuperação desses traços genéticos de vírus antigos também pode auxiliar nas pesquisas sobre pandemias do passado.

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"Se quisermos compreender as espécies extintas, precisamos de compreender que complementos genéticos elas possuem e, também, o que os genes estavam fazendo e quais estavam ativos", acrescenta, por fim, o coautor do estudo Marc Friedländer, geneticista da Universidade de Estocolmo e do SciLifeLab.

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