Reconstrução facial da jovem norueguesa que contraiu infecção de Salmonella enterica - Divulgação / Stian Suppersberger Hamre et.al
Arqueologia

Pesquisa estuda esqueletos antigos para descobrir mais sobre pandemias

Na análise, pesquisadores podem descobrir mais sobre a transmissão de diferentes vírus e bactérias presentes hoje

Pedro Paulo Furlan, sob supervisão de Penélope Coelho Publicado em 28/02/2022, às 14h33

Os esqueletos medievais encontrados na cidade de Trondheim, na Noruega, podem ser de uma importância ainda maior do que nos informar sobre a história e costumes da região. Especialistas das Universidades de Bergen e Médica de Innsbruck, na Áustria, desenvolveram um estudo analisando o significado destes indivíduos na saúde.

O foco da pesquisa, que foi publicada nas revistas científicas Current Biology, PLOS ONE e Journal of Archeological Science: Reports, foi um esqueleto de uma jovem norueguesa que viveu há 800 anos.

As análises dos pesquisadores revelaram que a norueguesa carregava uma infecção nunca antes identificada na Europa medieval, causada pela bactéria Salmonella enterica.

De acordo com a cobertura do portal de notícias Galileu, o biólogo evolucionário Tom Gilbert, da Universidade de Copenhague, explicou que essa pesquisa, apelidada de MedHeal, é fundamental porque nos permite analisar a transmissão profundamente.

"Ao obter os patógenos antigos, pode-se estudar quando essa transmissão aconteceu, que tipo de características são necessárias, que podem ser traduzidas de volta em informações úteis para monitoramento hoje", explicou.

Além das doenças e infecções, o estudo também identificou um esqueleto do ano 1.100, que, curiosamente, é muito parecido com o de um homem islandês atual. As hipóteses dos cientistas também falam sobre evolução e possibilitam a compreensão melhor de como as condições mudam ao longo dos séculos.

Segundo Gilbert, o indivíduo pode ter sido um nobre ou alguém com grande status, tendo viajado à Noruega para dialogar com autoridades sobre conflitos. A possibilidade é fundamentada no fato de que quem tem tanto status tinha condições e tempo de se reproduzir e gerar muitos descendentes.

"Pessoas de alto status normalmente têm muito mais descendentes. E, na verdade, se você tiver uma amostra antiga que deu origem a muitos descendentes, eles realmente parecem ainda mais próximos da população atual porque há mais deles na população atual”.
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