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Talibã

Talibã proíbe métodos contraceptivos para mulheres: 'Conspiração ocidental'

O grupo extremista diz que o uso de anticoncepcionais faz parte de uma agenda ocidental para reduzir a população muçulmana

Giovanna Gomes Publicado em 17/02/2023, às 11h04

O Talibã, grupo extremista que se encontra no poder no Afeganistão, decidiu proibir que mulheres façam uso de métodos contraceptivos, alegando que a prática faz parte de uma "conspiração ocidental" para controlar a população muçulmana.

Para impedir que as afegãs tenham acesso aos anticoncepcionais, membros do regime têm ameaçado parteiras e ordenado farmácias, desde o início do mês, a retirarem todos os medicamentos e demais métodos de suas prateleiras.

Eles vieram duas vezes à minha loja com armas e me ameaçaram para não vender pílulas anticoncepcionais. Eles verificam regularmente todas as farmácias em Cabul e paramos de vender os produtos", declarou um lojista ao jornal The Guardian.

Já uma mulher que realiza partos declarou à fonte que um comandante do Talibã disse que ela "não tem permissão para sair e promover o conceito ocidental de controle da população e isso é um trabalho desnecessário".

Estamos vivendo em um ambiente sufocante. Nunca me senti tão insegura em toda a minha carreira", declarou Fatimah, que vive em Cabul.

Uma segunda parteira revelou que deixou a capital do país após sofrer ameaças de morte. Ela declarou que a proibição contraceptiva "afetaria drasticamente a já deteriorada situação da saúde reprodutiva no país".

O que diz o Alcorão

Como apontou o portal de notícias UOL, o Alcorão, o livro sagrado dos muçulmanos, apoia que as mulheres tenham um intervalo entre as gestações, a fim de que possam criar seus filhos.

Um porta-voz do Talibã disse ao The Guardian que não apoia a proibição total dos contraceptivos, já que "o uso de anticoncepcionais às vezes é clinicamente necessário para a saúde materna."

"É permitido na Sharia usar métodos contraceptivos se houver risco para a vida da mãe. Portanto, uma proibição total de contraceptivos não é certa", afirmou Ustad Faridoon.

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