O Observatório Vera C. Rubin, no Chile - Divulgação/ Vera C. Rubin Observatory
Chile

Telescópio no Chile irá receber maior câmera digital do mundo

A câmera possui o tamanho de um carro e as fotos tiradas por ela necessitam de mais de 300 televisões com alta definição para serem exibidas

Isabelly de Lima Publicado em 30/01/2024, às 09h56

O Observatório Vera C. Rubin, localizado no Chile, está prestes a incorporar a maior câmera digital já construída, um avanço tecnológico de cerca de US$ 800 milhões que promete revolucionar a astronomia. Com dimensões equiparadas a um veículo para quatro pessoas e peso de 2,8 toneladas, o sofisticado dispositivo será instalado em um telescópio em construção, iniciando suas operações no primeiro semestre de 2025.

A câmera impressionante capturará imagens de 3.200 megapixels, uma dimensão tão extraordinária que demandaria mais de 300 televisões de alta definição combinadas para exibi-las.

Programado para varrer o céu a cada três dias, o telescópio permitirá uma análise abrangente e contínua do universo, representando uma mudança de paradigma na astronomia, conforme destaca Stuartt Corder, vice-diretor do NoirLab, responsável pelo observatório, de acordo com o portal O Globo. Bruno Dias, presidente da Sociedade Chilena de Astronomia (Sochias), expressa a significativa transição na abordagem astronômica:

Será uma mudança de paradigma na astronomia. Passaremos de 'estudar uma estrela e conhecer toda a física aprofundada dessa estrela', para 'estudar bilhões de estrelas ao mesmo tempo'".

Potência triplicada

O Chile, reconhecido pelos céus límpidos e condições ideais para observação astronômica, consolida-se como uma potência nesse campo, com um terço dos telescópios mais poderosos do mundo em seu território, conforme dados da Sochias. O novo telescópio, denominado LSST (Legacy Space-Time Research), visa, em uma década, coletar dados sobre 20 milhões de galáxias, 17 bilhões de estrelas e seis milhões de objetos espaciais.

O equipamento, fabricado na Califórnia, triplicará a capacidade da câmera mais potente existente, a japonesa Hyper Suprime-Cam, com 870 megapixels. Além disso, será seis vezes mais eficiente que o atual sensor produzido pela NoirLab. A megacâmera contribuirá para avanços significativos no estudo da energia e da matéria escura, representando 90% do universo.

O Observatório Vera C. Rubin, nomeado em homenagem ao astrônomo que descobriu a matéria escura, é um dos centros de estudo mais recentes no norte do Chile, região favorecida por céus cristalinos devido à sua baixa nebulosidade e clima seco. O país já abriga telescópios de mais de 30 nações, consolidando sua posição de destaque na astronomia global.

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