Ilustração do caravançarai de Khan al-Tujjar - Domínio Público via Wikimedia Commons
Arqueologia

Vestígios de edifício hoteleiro são encontrados no Monte Tabor, em Israel

Escavações próximas ao kibutz de Beit Keshet, na Baixa Galiléia, em Israel, revelaram vestígios do antigo mercado-hotel Khan al-Tujjar

Éric Moreira Publicado em 21/02/2024, às 08h20

Escavações recentes no sítio arqueológico de Khan al-Tujjar, localizado no Monte Tabor, próximo ao kibutz de Beit Keshet, na Baixa Galiléia, em Israel, revelaram novos vestígios de um antigo e importante caravançarai da região. Essa edificação, por sua vez, era um tipo de estabelecimento hoteleiro destinado a mercadores viajantes, encontrado sobretudo no Oriente Médio, Ásia Central e norte da África.

Conforme repercutido pela Autoridade de Antiguidades de Israel (IAA), responsável pela descoberta, foi identificada uma camada compactada de solo com achados dos períodos mameluco e otomano (entre os séculos 15 e 18). Essas descobertas, pontuam os arqueólogos, podem proporcionar um raro vislumbre de como era o mercado que funcionou por séculos na região.

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Entre os objetos encontrados, estão vestígios de ossos de animais — como cães, cavalos, camelos, ovelhas e gado —, que indicavam a existência de uma indústria pecuária e de comércio de animais. Além disso, também havia um grande número de cachimbos de cerâmica.

Vale mencionar que fontes históricas e relatos de antigos viajantes da região contam que os comerciantes locais costumavam sentar-se nas entradas das lojas, onde bebiam café e fumavam cachimbos.

A escavação também descobriu uma variedade de vasos de cerâmica, alguns feitos localmente e outros importados de regiões como Síria, Turquia, Itália e China, ao lado de achados como anéis e joias. Essas descobertas fornecem evidências materiais do grande mercado que operava no local", sinaliza Edna Amos-Dalali, diretora de escavação em nome da Autoridade de Antiguidades de Israel, em comunicado.

Caravançarais de Khan al-Tujjar

Segundo o Heritage Daily, Khan al-Tujjar significa "comerciantes caravanserais", sendo um importante local de descanso e encontro para comerciantes que viajavam no passado pelas rotas comerciais entre Damasco e Cairo, e da Transjordânia ao Acre.

Geralmente, um caravançarai servia tanto como albergue quanto como mercado, para aqueles que por ali passavam, sendo assim um importante apoio para o fluxo de comércio, informação e pessoas através das longas e difíceis viagens na rede de rotas comerciais que cobriam parte da Ásia, norte da África e sudeste da Europa — principalmente na chamada Rota da Seda.

Especificamente, os caravançarais de Khan al-Tujjar, por sua vez, foram fundados no fim do século 16, a mando do grão-vizir Sinan Pasha. Ele foi um estadista nascido na Albânia, que serviu, antes de sua morte, cinco vezes como grão-vizir na região.

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Dervish Mehmed Zillî, um antigo viajante romano, descreveu Khan al-Tujjar como sendo "uma fortaleza quadrada e perfeita, construída em alvenaria no meio de um grande prado verdejante. Tem uma circunferência de seiscentos passos. A guarnição é composta por um diretor e 150 homens. Tem um portão ‘duplo’ de ferro virado a norte."

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