Fotos capturadas do bilhete recebido pela passageira - Divulgação / Rede de TV RPC
Brasil

“Volta pra senzala”: passageira recebe bilhete com injúria racista

A mulher solicitou que um passageiro colocasse a máscara e recebeu este bilhete como resposta

Pedro Paulo Furlan, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 03/02/2022, às 16h58

Em um ônibus da empresa Viação Catarinense, uma mulher viajava de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, à capital paranaense de Curitiba, um longo trajeto.

Porém, a viagem foi, supostamente, longe de tranquila, especialmente após a passageira, mulher negra, receber um bilhete a ofendendo e com a seguinte frase racista: “Volta pra senzala”.

A injúria racista, denunciada na última quarta-feira, 2, está sendo investigada pela Polícia Civil do Paraná (PC-PR). De acordo com o relato da vítima, que preferiu não se identificar, o homem, que a passou o bilhete, entrou no ônibus recusando-se a usar a máscara e ficou bravo quando a mulher pediu que ele a colocasse.

“Cuidado, a Covid pega é em pessoa ignorante e energúmena como você! Você faz parte da massa de manobra ridícula! Volta pra senzala", escreveu em um papel.

O motorista do ônibus  já havia avisado que era obrigatório o uso da máscara no transporte, no entanto, segundo a passageira e a cobertura do portal de notícias g1, o homem, que sentou ao seu lado, continuou removendo a sua proteção ao longo de todo o trajeto — fato que motivou a solicitação pessoal da mulher.

A reação do passageiro ao seu pedido foi ofendê-la de “ignorante” e questionar “esse vírus aí, está aí tão letal e você acha que uma mascarazinha vai conter?”, até que a mulher decidiu mudar de assento, assim recebendo o bilhete.

O órgão policial investiga o caso e procura descobrir a identidade do agressor, além de apurar todos os detalhes relacionados a essa violência racista. Porém, o impacto que algo assim faz é inegável e a mulher realmente sentiu-se machucada após receber este manifesto tão abertamente discriminatório.

"Dói. Eu, uma mulher negra, sozinha, viajando em uma viagem exaustiva de 12 horas, ter que ser ofendida dessa maneira, realmente magoa muito. Eu diria que as pessoas façam a denúncia, pois o racismo é crime e também façam a denúncia sobre o uso indevido da máscara. Eu acho que a gente não pode se calar, em nenhum momento”.
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