Alexandre II, imperador da Rússia - Wikimedia Commons
Personagem

Alexandre II: o conturbado governo e tentativas de assassinato do czar da Rússia

O imperador ascendeu ao poder em 1855 e impôs diversas reformas a favor da liberdade de expressão dos russos

Nicoli Raveli Publicado em 02/04/2020, às 08h00 - Atualizado às 10h00

Alexandre II, conhecido como o Libertador, não mostrava interesse pelo governo no início de sua adolescência. Entretanto, após a morte de seu pai, o homem tornou-se o imperador da Rússia aos 37 anos e impôs diversas reformas a população. Filho de Nicolau I e da princesa Carlota, o herdeiro ascendeu em 1855.

Anteriormente, o governo era caracterizado pela falta de liberdade de expressão e de iniciativa privada. Dessa maneira, se impor contra as autoridades era um crime. Com menos de um mês no poder, o rei deu continuidade a Guerra da Crimeia. Entretanto, o país foi desprezado pela própria população. A fim de restaurar o atraso da Rússia e reconquistar o público, o Czar promoveu medidas drásticas para que os pobres deixassem de ser controlados pela aristocracia.

Além disso, para evitar gatos excessivos com armas da época, Alexandre fez uma oferta aos Estados Unidos e vendeu a província do Alasca, já que o imperador tinha dificuldade para defender o local de outras civilizações, como a Grã-Bretanha e Canadá.

Pintura do soberano Alexandre II / Crédito: Wikimedia Commons

 

Após de realizar negociações de paz e decretar o fim das censuras impostas pelo governo anterior, o soberano permitiu que diversas empresas fossem abertas no país, como as destinadas a produção de ferro, a fim de fazer com que a Rússia se tornasse uma potência bélica.

Emancipação da servidão

Pensando na população, Alexandre II também impôs regras aos donos de servos. Dessa maneira, ele criou um comitê para tratar da melhora da relação entre os proprietários e seus camponeses.

Mais tarde, ao perceber que outras províncias não adotavam mais a servidão, o rei decidiu seguir o mesmo caminho. Foi então que outro comitê foi formado para buscar a independência dos servos de todos os locais que ainda contavam com esse serviço. Todavia, o imperador não podia tomar essa decisão sozinho, já que tal ação afetaria a economia e a política da nação.

Devido a isso, o monarca teve seguir uma das medidas que lhe foram orientadas. De um lado, os servos poderiam se tornar trabalhadores dependentes dos seus senhores e, de outro, poderiam ser uma classe trabalhadora coletiva e independente. O soberano escolheu a segunda proposta, mas isso não impediu que os lavradores russos fossem um dos últimos da Europa a abandonar a servidão em 1861.

As diversas reformas liberais

Devido a humilhação sofrida pela Rússia após a Guerra da Crimeia, o imperador decidiu investir em recursos bélicos em 1874, como a imposição de um recrutamento militar e a construção de diversas zonas de defesa.

Além disso, o rei seguiu o modelo francês e implementou novos códigos penais e administração judicial, com direito a um tribunal, juízes e jurados. O Ministério do Interior também foi responsável pela criação da segurança rural e municipal. Entre suas inúmeras conquistas, o imperador também estabeleceu as assembleias eleitorais para cobrar impostos das localidades rurais e, posteriormente, das cidades.

Czar Alexandre II / Crédito: Wikimedia Commons

 

Já em 1863, o soberano aumentou a autonomia da Rússia, e o país pôde criar o markka — sua própria moeda. Além disso, ele adotou o finlandês como a segunda língua nativa, o que criou diversas oportunidades para os cidadãos.

Planos de homicídio sem sucesso

Em 1866, aconteceu a primeira tentativa de assassinado do rei. O estudante Dimitri Karakosov atirou em direção a Alexandre II, mas ele escapou. Entretanto, em 1879, outra pessoa tentou tirar a vida do líder. Alexandre Soloviev ameaçou o imperador enquanto ele caminhava em direção a Praça dos Guardas. Ao perceber a situação, o monarca correu e despistou o atirador. Mais tarde, Soloviev foi condenado à morte e, posteriormente, foi enforcado.

Em dezembro do mesmo ano, o grupo de revolucionários e terroristas intitulado A Vontade do Povo também falhou na tentativa de assassinar o rei. Alexandre II estava em um trem que o grupo explodiu, mas seu comboio não foi afetado.

Dois meses depois, um dos membros da Vontade do Povo tentou novamente matar o rei. Dessa vez, Stephan Khalturin colocou uma bomba na sala de descanso que ficava abaixo da sala de jantar. Tudo parecia estar de acordo com o plano do assassino, mas o imperador não estava no local quando a bomba explodiu. Entretanto, o evento contou com muitas mortes e feridos.

O assassinato

Em março de 1881, o soberano foi a São Petersburgo e foi o alvo de Nikolai Rysakov, pertencente a Vontade do Povo. Neste dia, o rei estava em uma carruagem acompanhado de sete guardas a caminho do edifício Mikhailovsky Manège. Foi quando o revolucionário jogou uma bomba debaixo dos cavalos. Mas, mais uma vez, o russo saiu ileso da explosão.

Entretanto, o plano contava com um segundo integrande do grupo, Ignaty Grinevitsky. O homem também segurava uma bomba, e a jogou nos pés do imperador. Após a explosão, os guardas tentaram ajudar o governante e levaram-no para o Palácio de Inverno. Ao chegar ao local, seus guardiões se deram conta de que o rei estava com suas pernas e estômago abertos, o que resultou na perda excessiva de sangue.

Assassinato de Alexandre II, imperador russo / Crédito: Wikimedia Commons

 

Vários familiares correram até o palácio, mas o médico afirmou que Alexandre II só tinha cerca de 20 minutos de vida. Antes de sua morte, ele recebeu a Sagrada Comunhão e também o sacramento católico para os enfermos.

Fim do governo

Com a sua morte, Alexandre II não concretizou outros planos que tinha para as reformas liberais. Não obstante, quando seu filho ascendeu ao poder, rasgou os futuros planos de seu pai. Além disso, Alexandre III suspendeu os direitos de liberdade a população russa e também utilizou seu governo para perseguir protestantes e rebeldes, indo contra todos os pensamentos de seu pai. 


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