Imagens mostram o antes e depois de Guilherme de Pádua - Divulgação/Vídeo
Daniella Perez

Condenado pela morte de Daniella Perez, Guilherme de Pádua era pastor e apoiou Bolsonaro

Falecido nesta madrugada, Guilherme de Pádua era um ex-ator e pastor, responsável pela morte de Daniella Perez

Redação Publicado em 11/07/2022, às 15h35 - Atualizado em 07/11/2022, às 08h45

Na última madrugada, os brasileiros receberam a informação de que Guilherme de Pádua, ex-ator e então pastor, faleceu após sofrer um infarto em Belo Horizonte, Minas Gerais, aos 53 anos.

A notícia da morte de Pádua foi passada por Márcio Valadão, pastor na Igreja Batista da Lagoinha. Através de uma live, Márcio informou a morte de Guilherme de Pádua.

"Pouco antes das 22h, recebi o telefonema de uma irmã falando de um dos nossos pastores que acabou de falecer. Pra mim foi um impacto muito grande, porque hoje de manhã eu dirigi o culto e ele estava com a esposa no primeiro banco. Ele praticou aquele crime tão terrível com a Daniela Perez, foi preso, cumpriu a pena e se converteu. Ele tava dentro de casa, caiu e morreu. Acabou de morrer", disse Márcio durante a transmissão.

Com a estreia de 'Pacto Brutal', que mostra os horrores do assassinato de Daniella Perez — filha de Glória Perez —, ocorrido em 1992, diversos nomes voltaram à tona. Entre eles, o de Guilherme de Pádua.

 

Assassinato

No dia 28 de dezembro de 1992, Guilherme de Pádua e sua esposa, Paula Thomaz — que estava grávida na época —, foram responsáveis pelo assassinato de Daniella Perez, atriz e filha da escritora Glória Perez, que foi levada por eles a um local isolado no Rio de Janeiro. Na época, Guilherme e Daniella viviam um par romântico em 'De Corpo e Alma', novela escrita pela mãe da vítima.

Foi somente cinco anos depois, em 1997, que o então ator foi condenado a 19 anos e seis meses de prisão pelo crime. No entanto, como já estava preso e aguardando julgamento desde a época do assassinato da Daniella Perez, foi colocado em liberdade condicional em 1999, depois de cumprir cerca de apenas um terço da pena: seis anos, nove meses e 20 dias, como informado pela UOL em 2020.

Na época, a mãe de Daniella, a autora de novelas Glória Perez, se manifestou a respeito da decisão. 

Foram sete anos num segundo. A vida da minha filha vale só isso? Os sete anos de mordomia que Guilherme de Pádua passou dentro da cadeia? Todo o sofrimento daquela noite em que fui buscar minha única filha morta, apunhalada e desovada num matagal, os cinco anos de exposição pública, à espera do julgamento, o peso disso tudo caiu em cima de mim", disse Glória Perez na época.
Daniella Perez ao lado de sua mãe, Glória Perez / Divulgação/HBO Max

 

Conversão

Após ter saído da cadeia, Guilherme de Pádua se mudou para Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, para viver ao lado dos pais e, além disso, lá teria se convertido para a religião evangélica. Em 2002, conheceu Paula Maia, que veio a se tornar sua segunda esposa, com a qual foi casado por cerca de 8 anos, até que ela pediu o divórcio em 2014.

Após o ocorrido, o ex-ator teria mergulhado na religião e, em 2016, se formado em Teologia, o que possibilitou com que, no ano seguinte, ele se tornasse oficialmente pastor da Igreja Batista da Lagoinha. No mesmo ano, em 2017, ele se casou pela terceira vez, agora com a estilista Juliana Lacerda.

Guilherme e Bolsonaro

Em 2019, o ex-ator e então pastor criou um canal no YouTube em que falava principalmente sobre seu processo de conversão, além de outros assuntos religiosos.

Na igreja em que frequento, conheço dezenas de pessoas que eram do crime mudarem de vida porque se tornaram crentes. De certa forma, a igreja é um ambiente muito propício para pessoas que têm a tendência de fazer coisas erradas", disse Guilherme de Pádua em um dos vídeos.

Em seu canal e demais redes sociais, o homem condenado pela morte de Daniella Perez também publicava constantemente mensagens de apoio ao presidente Jair Bolsonaro.

Em 2020, por exemplo, ele apareceu em vídeo publicado em seu Instagram ao lado de sua esposa, Juliana Lacerda, em manifestações pró-Bolsonaro, enquanto criticava a Câmara dos Deputados e a imprensa brasileira.

Durante a pandemia de covid-2019, inclusive, chegou a se posicionar a favor do uso da cloroquina e contra as medidas de isolamento social e lockdown.

Em 2020 suas redes sociais se encontram desativadas. Ele disse em vídeo que se encontra fora delas "a pedido de um pastor", e não "por conta de um seriado". O condenado chegou a se manifestar sobre a série através de um vídeo publicado no Youtube.

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