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Roma Antiga

Cerco a Jerusalém: Judeus e romanos em um combate trágico

Judeus foram massacrados por tropas romanas durante rebelião na Cidade Santa. Entenda o conflito!

Fabiano Onça Publicado em 11/10/2019, às 08h00

Quando os judeus se rebelaram contra a autoridade romana em 70 d.C. – por causa, entre outras coisas, dos altos impostos cobrados –, quatro legiões foram levadas pelo imperador Tito para sufocar a revolta.

Os 70 mil soldados logo viram que a luta não seria fácil. Especialmente quando se defrontaram com as muralhas de Jerusalém, atrás das quais milhares de combatentes judeus buscaram refúgio. A tentativa de invadir a cidade durou sete meses. Setenta mil legionários participaram do cerco

Constantemente ameaçados por ações de contra-ataque, os legionários fizeram um dos maiores e mais complexos cercos da Antiguidade. Construíram muralhas, torres de assalto, catapultas, escadas e diversos outros equipamentos que faziam das legiões romanas tropas únicas no mundo antigo – além de ótimos guerreiros, eram também excelentes engenheiros.

Ao fim do trágico combate, quando finalmente conseguiram vencer as três muralhas consecutivas que protegiam a cidade, os legionários, irritados com a resistência dos judeus, promoveram um verdadeiro banho de sangue (foram pelo menos 100 mil mortos) e terminaram por incendiar o Templo de Jerusalém, escravizando os sobreviventes.

Arte em relevo do expólio da sinagoga / Crédito: Arco de Tito

 

Puro terrorismo

Para estimular os sitiados à rendição, era comum os atacantes promoverem atos de puro terror. Os judeus apanhados pelos romanos fora das muralhas eram crucificados na frente de todos. Um mar de cruzes servia como um aviso macabro do que estava por vir.

Uma das maneiras de forçar a rendição dos judeus era fazê-los passar fome. E, com a muralha, não havia como fugir. Em Jerusalém, ela foi construída pelas legiões com madeira e terra em tempo recorde: quatro dias.

A balística – arte de acertar os projéteis no local designado – era cumprida com precisão pela legião romana. Para medir as distâncias dos tiros, os soldados usavam um projétil de chumbo com uma linha amarrada. Já os judeus, a cada bala lançada, avisavam seus camaradas para se proteger. 

Os judeus usaram diversos e engenhosos contra-ataques, como túneis subterrâneos, por onde saíam à noite para realizar ataques-relâmpagos contra os romanos. Quando os romanos tomaram a segunda muralha, por exemplo, foram atacados por milhares de guerrilheiros que haviam se emboscado nas casas e escombros do local.

A torre de assalto, de madeira e couro, era o alvo predileto dos defensores judeus – e uma peça a ser protegida a qualquer custo pelos romanos. O único jeito de deter o monstro era incendiando-o. E foi o que fez um grupo de judeus liderado por João, o Idumeu, numa ousada ação de sabotagem.

O exército romano usou bate-estacas para tentar abrir vãos nas muralhas de Jerusalém. Foi assim que a cidade caiu, ao fim do cerco. Vinte homens e um corneteiro tomaram o local por uma brecha na fortaleza Antônia. Os judeus se imaginaram vítimas de um ataque em larga escala e fugiram.


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