Do casamento com menores de idade às críticas feitas pela Ku Klux Klan ao seu trabalho, o famoso ator vivenciou polêmicos episódios
Isabela Barreiros Publicado em 25/03/2020, às 14h17
1. As esposas menores de idade
Publicamente, Chaplin assumiu quatro compromissos amorosos durante toda a sua vida. Em 1918, aos 28 anos, casou-se com Mildred Harris, de 16 anos. Divorciou-se ela quando a menina completou 18.
No mesmo ano em que o divórcio saiu, Chaplin, aos 31, conheceu sua próxima esposa, Lita Grey, de 12 anos. Novamente se separou quando a jovem completou a maioridade. Teve um namoro conturbado Joan Barry, repleto de ciúmes por parte da companheira e, por fim, casou-se com Oona O’Neil, com 18 anos — já aos 54.
2. Marlon Brando o descreveu como “sádico”
Ao chegar atrasado em apenas 15 minutos no set de filmagem do filme A Condessa de Hong Kong, de 1967, Marlon Brando recebeu uma dura repreensão do diretor Charlie Chaplin. A bronca foi dada na frente de todos os outros atores e cinegrafistas. O diretor dizia que ele "não tinha senso de ética profissional" e que era uma "desgraça" para a profissão.
Em sua autobiografia, o ator relembrou o episódio e sua relação com Chaplin no geral. Ele alegou que o homem era cruel com seus próprios filhos, humilhando-os publicamente, assim como havia feito com ele. Concluiu dizendo o seguinte: Chaplin “provavelmente [foi] o homem mais sádico que eu já conheci".
3. 342 takes
Enquanto estava dirigindo o filme Luzes da Cidade, de 1931, Chaplin podia ser muito exigente. Mas isso ultrapassou todos os limites quando, ao longo de apenas duas semanas, o diretor fez a atriz Virginia Cherrill regravar a mesma cena 342 vezes.
De acordo com o crítico de cinema americano Richard Brody, não se tratava essencialmente da atuação de Cherrill. "Ele começou a atirar na confiança de que a coisa — o que quer que fosse — aconteceria", explica Brody. E assim, ele fez com que a mulher gravasse mais de 300 takes apenas porque pensava que “algo” fosse acontecer durante a cena.
4. Roubo do Oscar
Em 1929, Chaplin ganhou sua primeira estatueta do Oscar honorário pelo filme O Circo, lançado no ano anterior à cerimônia. Ele ainda ganharia mais duas vezes: outro honorário em 1972 por seu incalculável legado, e em 1973 por Luzes da Ribalta, que havia sido lançado em 1953.
A primeira estatueta estava guardada em um dos escritórios da Association Chaplin em Paris, na França, mas foi roubada em 2015. Acredita-se que isso pode ter sido feito tanto por um fã do ator e diretor quanto pelo alto valor que o objeto representa. Os prêmios do Oscar que datam de antes de 1950 valem centenas de milhares de dólares.
5. Incomodou a KKK
Em 1923, a organização neonazista e racista da Carolina do Sul, a Ku Klux Klan (KKK) protestou contra um dos trabalhos feitos por Chaplin. O alvo das críticas dos supremacistas brancos foi o filme Pastor de Almas, lançado naquele mesmo ano.
A obra cinematográfica narrava a história de um detendo condenado que, ao fugir da prisão, seguiu seu caminho para um vilarejo e lá fingiu ser um ministro protestante. O uso da religião incomodou a KKK e a Associação Evangélica de Atlanta, que afirmou que o filme era "um insulto ao Evangelho".
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