Alguns dos contos de fadas clássicos ganharam versões sangrentas pelos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm; confira exemplos
Éric Moreira Publicado em 19/03/2024, às 18h45 - Atualizado em 25/03/2024, às 07h00
Na infância, somos geralmente introduzidos ao mundo da leitura a partir dos seculares e famosos contos de fadas como 'Rapunzel', 'A Princesa e o Sapo' ou 'A Branca de Neve', contadas e recontadas várias vezes e de maneiras diferentes ao longo da história.
Estas histórias populares ganharam, ao longo do tempo, várias adaptações cinematográficas, tanto em animação — sendo as mais famosas associadas à Disney — quanto em live-action.
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Com tantas versões instigantes, nem todas as histórias se mantêm exatamente como eram originalmente. Desde alterações mais sutis até as mais radicais — como transformar o Ursinho Pooh num assassino em série —, seja para ressignificar a história ou mesmo adaptá-la a um novo público, muito disso já foi feito.
Muitos desses contos de fadas tão populares hoje, por sua vez, ganharam versões pelos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm. Com isso em mente, confira a seguir 5 adaptações das histórias dos Grimm que mudam detalhes da história original:
A história da jovem Rapunzel, que foi aprisionada no topo de uma torre, onde permaneceu por grande parte de sua vida, é o enredo de um dos mais célebres contos dos irmãos Grimm. Em 2010, a personagem recebeu uma adaptação diferente pela Disney: o filme 'Enrolados'.
Nesta versão, quem aprisionou Rapunzel no alto da torre foi sua mãe, Gothel, enquanto a jovem nutria, dia após dia, seu sonho de desbravar o mundo. Isso foi possível depois que um ladrão — em vez de um príncipe encantado — chamado Flynn Rider a encontrou.
Porém, além do fato de Flynn não ser um príncipe na nova versão, outro fator que difere dos contos dos irmãos Grimm é que, quando o príncipe sobe na torre para ver a jovem Rapunzel, ele, na verdade, foi saudado pela feiticeira. Assim, escapou da torre, e eles só se reencontrariam anos depois, depois de ela ter dado à luz a gêmeos.
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Durante uma noite, a jovem Cinderela conseguiu uma oportunidade de ouro com sua fada madrinha, que a permitiu usar um belo vestido azul e um par de sapatos de cristal para que pudesse conhecer o príncipe.
Porém, antes de dar meia-noite, ela precisaria escapar do palácio, pois, o feitiço chegaria ao fim. Esta é a premissa básica do conto 'Cinderela', replicada em todas as suas versões.
Então, assim como é retratado no filme 'Cinderela', de 2015, o príncipe, já encantado pela bela e fascinante jovem, busca pela jovem com o seu sapato perdido, tentando encontrar, em seu reino, aquela cujo pé caberia perfeitamente no calçado. Porém, ao contrário do que acontece nas adaptações mais recentes, a versão dos irmãos Grimm pode ser considerada um pouco mais brutal.
No filme em live-action — e na animação de 1950 — as duas meio-irmãs de Cinderela tentam calçar o sapato, mas falham, pois, seus pés eram muito maiores que o item. No conto original elas chegam até mesmo a cortar seus próprios pés.
Porém, quando colocam o sapato, o príncipe nota o sangue e conclui que elas não eram as donas originais. Então, Cinderela o calçou perfeitamente, e o casal pôde, finalmente, se reunir — e pássaros também arrancariam os olhos das duas irmãs.
Em 2009, a Disney lançou a curiosa animação 'A Princesa e o Sapo', em que a garçonete Tiana é convencida a beijar um sapo, que afirma ser um príncipe amaldiçoado.
O beijo do amor verdadeira poderia livrá-lo daquela forma. Porém, quando o beija, é ela quem acaba se transformando em sapo.
No entanto, a versão original, criada pelos irmãos Grimm, possui um desenrolar bastante diferente. No conto 'O Príncipe Sapo', após o sapo tanto insistir para que a princesa a beijasse, ela se irrita com o príncipe e, em um ataque de raiva, o arremessa contra a parede. Então, antes que ele sofresse o impacto, volta a ser um príncipe, e a maldição estaria quebrada.
Em 'Branca de Neve e os Sete Anões' (1937), o primeiro longa-metragem animado do mundo, vemos uma rainha má que é obcecada por sua própria beleza que, ao descobrir que havia uma jovem mais bela que ela, decide matá-la.
Nesta versão da Disney, assim como em muitas versões conhecidas em livros, a única forma de assassinato empregada pela rainha, que "funciona" logo de cara, é com uma maçã envenenada.
Porém, na versão dos irmãos Grimm, a história consegue ser ainda mais brutal: antes da maçã envenenada, a rainha má tenta matar a Branca de Neve sufocando-a com os cadarços de suas roupas. Após falhar, ela se oferece para escovar seus cabelos, e utiliza um pente envenenado, explica a Collider.
O plano parece funcionar, entretanto, tudo muda com os sete anões, que encontram Branca de Neve inconsciente no chão, puxaram o pente e a socorreram. Foi só então que ela teria utilizado da maçã para o ato brutal.
Outra diferença é que, no final, a morte da rainha má se dá após ela ser condenada a calçar chinelos de ferro em brasa até que caísse morta, em vez de cair de um penhasco, como mostra a animação.
