Disponível na Netflix, O Lugar da Esperança conta a história comovente de uma mulher que precisa reconstruir a vida após um relacionamento abusivo
Após escapar do ex-marido tóxico com duas filhas menores de idade, uma mulher chamada Sandra coloca em prática um plano ávido: recomeçar a vida ao construir sua própria casa em meio à crise imobiliária em Dublin, na Irlanda. Esta é a sinopse do filme O Lugar da Esperança, que se encontra no top 10 dos filmes mais assistidos na Netflix.
Com direção de Phyllida Lloyd, o filme, lançado em 2020, mostra a talentosa Clare Dunne no papel principal. Com uma história capaz de arrancar lágrimas, muitos podem questionar se o filme é baseado por completo em uma história real.
Bom, O Lugar da Esperança não se baseia em uma história real, e os personagens são totalmente fictícios. Escrito por Dunne e Malcolm Campbell, a inspiração surgiu enquanto a atriz realizava teste para um papel em Nova York, nos Estados Unidos.
Naquele momento, ela foi surpreendida com o telefonema de uma amiga. Solteira e mãe de três filhos, a mulher seria despejada.
“E eu meio que via ela como uma pessoa muito independente, muito trabalhadora. E eu meio que sabia que para ela entrar na fila e implorar, bem, não implorar, mas sentir que ela tinha que ir para uma acomodação temporária, parecia um fracasso para ela porque ela era tão independente em espírito... Mas o amor e a motivação e a determinação estava lá", disse a atriz em entrevista ao Irish Film & Television Academy em 2021, como repercutido pelo Mirror. "Então suponho que foi ela que inspirou a personagem Sandra. (...) Eu simplesmente não conseguia parar de pensar nela. E então isso me atingiu num piscar de olhos. Porque eu estava fantasiando que ela poderia construir uma casa para si mesma".
Além disso, Dunne foi inspirada pela saga de Dominic Stevens, um arquiteto que elaborou uma casa de madeira com € 25 mil, repercute o site The Cinemaholic.
Ao mesmo tempo, trajetórias de detentas, que sofreram com a violência doméstica de alguma maneira, também chamaram atenção da atriz e diretora. O número de mulheres afetadas pela violência chamou atenção de Clare e Phyllida.
"Clare, eu e Harriet Walter, que interpreta Peggy, trabalhamos juntas por cinco anos em um coletivo só de mulheres. Estávamos trabalhando em peças de Shakespeare que se passavam na prisão – numa prisão feminina. Estávamos muito preocupadas com o número de mulheres que ingressaram no sistema de justiça criminal após serem crianças em famílias onde havia violência doméstica ou de terem cometido um crime contra um parceiro abusivo. Era muito do DNA de muitas das mulheres com quem trabalhamos e conhecemos", explicou Phyllida Lloyd ao Golden Globes.
Para a história, a atriz e a diretora não queriam focar na vitimização da personagem. A ideia era contar a história de uma mulher que venceu diante das adversidades da vida.
