Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História

Retrotech: Quando os carros elétricos dominavam

Na virada do século 19 para o 20, mais carros elétricos foram produzidos nos EUA que a gasolina. O que houve de errado?

Redação Publicado em 10/01/2017, às 11h54 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h35

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
La Jamais Contente, recordista mundial de velocidade em 1899, fazendo então prodigiosos 106 km/h. O piloto Camille Jenatzy celebra a vitória com sua esposa.  - Domínio público
La Jamais Contente, recordista mundial de velocidade em 1899, fazendo então prodigiosos 106 km/h. O piloto Camille Jenatzy celebra a vitória com sua esposa. - Domínio público

Olhe para o primeiro veículo na galeria abaixo. Quem o vê facilmente se confunde, achando que a frente é a traseira. Capaz de cobrir 50 km sem trocar as baterias, ocultas sob o assento, e com velocidade de 14 km/h, o carro elétrico de William Ayrton e John Perry, de 1881, tinha a roda direcional atrás. Era uma construção inversa à do triciclo Patent-Motorwagen, de Karl Benz, de 1886 e considerado o primeiro carro da História. O veículo elétrico surgiu cinco anos antes do convencional - e por pouco não se tornou o padrão dominante.

Ayrton e Perry eram cientistas e seu carro não foi comercializado, mas circulou por várias feiras que apregoavam as maravilhas da eletricidade. Em 1888, Andreas Flocken aderiu à ideia com seu Elektrowagen. Com quatro rodas, foi o primeiro carro elétrico de produção industrial. A empresa durou até 1919.

Nas primeiras décadas dos automóveis, os carros elétricos não tinham nada de exótico. Nos EUA, país onde fizeram mais sucesso, em 1900 havia o dobro de elétricos do que com motores a explosão. Mesmo nas corridas eles chegaram a dominar. Em 1899, o elétrico La Jamais Contente quebrou o recorde mundial de velocidade, alçando 106 km/h - foi o primeiro a ir além dos 100 por hora. 

Elétricos eram considerados mais seguros, limpos e silenciosos que os a gasolina, e sem a inconveniência de ter que dar partida com manivela. E essas vantagens acabaram levando a seu fracasso. Lentos e adequados apenas ao uso em cidades, os elétricos ganharam fama de "carro de mulherzinha". Em 1912, o apogeu das vendas de carros elétricos, foi introduzida a partida elétrica, eliminando a necessidade da manivela nos convencionais. O público feminino e os idosos saltaram para os veículos a gasolina. Na década de 1920, os elétricos já eram insignificantes. 

Levou quase um século até que a preocupação ambiental e as novas tecnologias de baterias fizessem com que tivessem uma segunda chance.