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Notícias / Paleontologia

164 milhões de anos: Pesquisadores descobrem mais antigo fóssil de botão de flor

O estudo lança luz sobre a evolução das plantas com flores, que podem ter surgido muito antes do que pensamos

Isabela Barreiros Publicado em 20/01/2022, às 13h27

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Fóssil de planta descoberto na China - Divulgação/Nanjing Institute of Geology and Paleontology (NIGPAS)
Fóssil de planta descoberto na China - Divulgação/Nanjing Institute of Geology and Paleontology (NIGPAS)

O mais antigo fóssil de botão de flor, com cerca de 164 milhões de anos, foi descoberto por pesquisadores na região da Mongólia Interior da China e faz com que o surgimento de plantas com flores seja ainda mais antigo do que imaginávamos.

Como ressaltam os cientistas no estudo publicado no periódico científico Geological Society of London, a descoberta faz com que a origem dessas plantas seja empurrada para o período jurássico, ou seja, entre 145 milhões e 201 milhões de anos atrás.

A nova espécie foi batizada de Florigerminis jurassica e o fóssil possui 4,2 centímetros de comprimento e 2 cm de largura, contando com um caule, ramo, fruta bulbosa e um pequeno botão de flor que mede cerca de 3 milímetros quadrados.

Detalhes do botão de flor descoberto pelos pesquisadores / Crédito: Divulgação/Nanjing Institute of Geology and Paleontology (NIGPAS)

Até agora, a ciência acreditava que as gimnospermas, plantas sem flores, eram predominantes no período jurássico. No entanto, o fato de que a F. jurassica possui claros botão floral e fruto indica que as angiospermas já existiam naquele período, diferente do que se pensava.

“Muitos paleobotânicos estão surpresos [pelo fóssil], pois é bem diferente do que é declarado nos livros”, afirmou Xin Wang, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências (NIGPAS) e principal autor da pesquisa ao portal Live Science.

“Mas não estou tão surpreso", completou.

Na evolução das angiospermas, elas não teriam surgido até o período Cretáceo, entre 66 milhões e 145 milhões de anos atrás. A nova descoberta "ressalta a presença de angiospermas no Jurássico e exige um repensar da evolução das angiospermas", escrevem os pesquisadores.

Para Wang, outros gêneros de plantas que são descritos como gimnospermas apenas porque surgiram no Jurássico também podem ser angiospermas. Alguns exemplos são Nanjinganthus, Juraherba, Yuhania, Jurafructus, Xingxuanthus e Schmeissneria.

O fóssil estudado pelo projeto / Crédito: Divulgação/Nanjing Institute of Geology and Paleontology (NIGPAS)

No entanto, ele aponta que não é possível confirmar essa tese devido à falta de evidências fósseis, especialmente porque a preservação de plantas é mais difícil que a de outros materiais.

Ainda segundo o especialista, o fóssil revela que as angiospermas poderiam existir durante o período e, portanto, teriam um número menos expressivo comparado às gimnospermas, além de serem geograficamente isoladas.

Mas também é possível que a espécie F. jurassica seja um laço evolutivo entre plantas com flores semelhantes a angiospermas mais antigas, a exemplo da Nanjinganthus, com as angiospermas verdadeiras que começaram a ser observadas no período Cretáceo.