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Notícias / Brasil

60 fósseis brasileiros ilegais estavam sendo leiloados por 100 mil euros

Após apuração, Ministério Público Federal solicitou que polícia alemã, país da empresa que comercializava o material, confiscasse os fósseis provenientes da Chapada do Araripe

Fabio Previdelli Publicado em 19/11/2020, às 10h06

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Alguns dos fósseis que estavam sendo vendidos - Relatório da URCA / Via MPF
Alguns dos fósseis que estavam sendo vendidos - Relatório da URCA / Via MPF

A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a polícia alemã informou ontem, 18, a apreensão de 60 fósseis brasileiros que estavam sendo leiloados de forma ilegal na internet. Segundo especialistas, os corpos petrificados eram nacionais, de animais que viveram há mais de 120 milhões de anos na Chapada do Araripe, na região do Cariri, no sul do Ceará. 

Entre os itens à venda estavam os restos de um pterossauro, uma raia, diversos insetos e aracnídeos. O material foi comercializado por mais de 100 mil euros (algo na casa dos 630 mil reais) pela empresa alemã Fossils Worldwide em um site hospedado na Holanda.  

Segundo a Constituição Federal do Brasil, recursos minerais, o que inclui fósseis, são bens de propriedade da União, informou a MPF. De acordo com matéria publicada no O Globo, o responsável pela comercialização já foi identificado.  

A apuração, como informou a MPF, começou após dois biólogos se depararem com  fósseis sendo vendidos no site de leilões, onde o próprio anúncio informava que os animais petrificados eram provenientes do Brasil. Com isso, eles reportaram o caso que começou a ser investigado.  

"Assim que conhecemos do leilão, instauramos o procedimento investigatório criminal para apurar o caso e acionamos como autoridades alemãs. Os sites foram retirados do ar, mas, antes disso, conseguimos criar todas as provas e formalizamos o pedido de repatriação do material, que tem grande valor científico para o Brasil”, disse, em nota, Rafael Rayol, procurador da República responsável pelo caso.  

Rayol, ao ter conhecimento do caso, solicitou que a Universidade Regional do Cariri (Urca) analisasse os fósseis para determinar a origem do material. “Ao observar as placas de calcário é clara a identificação da pedra Cariri, variando de tonalidade acinzentada a creme e amarelada, com pequenos fragmentos de algas e por vezes, detritos de manganês, configurando a característica típica desta rocha da Formação Crato, fartamente explorada nos municípios de Santana do Cariri e Nova Olinda, ambos no Estado do Ceará”, dizia o documento.  

Com a confirmação, e com a identificação do responsável pelo leilão, Rafael Royal pediu ao Ministério Público de Kaiserslautern, na Alemanha, que fizesse a apreensão preventiva dos fósseis.

O procurador da República também pediu a cooperação da Alemanha para que os procedimentos necessários sejam instalados para a conclusão das investigações, além, é claro, da devolução dos fósseis para o Brasil.