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Notícias / Rastafári

Após 10 anos de proibição, governo do Malawi volta a permitir crianças rastafári em escolas

Cabelos com dreadlocks eram proibidos no ambiente escolar, o que impedia a participação de membros da religião rastafári

Ingredi Brunato Publicado em 17/05/2023, às 10h24

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Imagem meramente ilustrativa de dois meninos de família rastafári da Tanzânia - Divulgação/ Youtube/ daud adventures
Imagem meramente ilustrativa de dois meninos de família rastafári da Tanzânia - Divulgação/ Youtube/ daud adventures

Depois de uma década de proibição, o governo do Malawi, país localizado na África Oriental, finalmente voltou a permitir a presença de crianças com dreadlocks nas escolas públicas primárias. 

O estilo de cabelo é considerado sagrado dentro da cultura rastafári, que é um movimento religioso originado da Jamaica — seu mais famoso seguidor, aliás, era o cantor Bob Marley.

Para que os filhos de famílias rastafári fossem permitidos o acesso à educação no Malawi, porém, era obrigatório que cortassem seus dreadlocks. A regra seria um resquício da crença preconceituosa de que o penteado é "anti-higiênico".

A mudança histórica dessa lei foi determinada no último mês de março, e, segundo repercutiu o The Guardian, existem pelo menos 1.200 alunos previstos para serem, até o final do próximo mês de junho, matriculados pela primeira vez nas escolas estaduais do país. 

Injustiça e reparação 

Pemphero George, de 30 anos, uma mãe rastafári de três filhos que não tinha renda suficiente para pagar pelo ensino particular, relatou em entrevista ao veículo como teria sido se ver obrigada a mudar o cabelo de suas crianças a fim de garantir que elas tivessem acesso à educação: 

Não tive escolha a não ser cortar os dreadlocks, coisa que não foi nada fácil. Foi doloroso ver meus próprios filhos sendo desviados dos ensinamentos de Jah. Cortar o cabelo significa desobedecer aos mandamentos de Deus, de acordo com nossas crenças religiosas", explicou ela. 

Vale mencionar ainda que existem muitas famílias dentro da comunidade rastafári de Malawi que estão processando o governo pela discriminação sofrida até então e exigindo indenizações em compensação pelos seus direitos violados.