Voz da revolução feminina no Irã, Mohammadi se encontra atualmente presa; ela foi condenada a mais de 30 anos de prisão e 154 chibatadas
Narges Mohammadi, a destacada ativista iraniana conhecida por ser a voz do movimento histórico pelos direitos das mulheres em seu país, foi anunciada como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2023 nesta sexta-feira, 6 de outubro.
Condenada a uma pena total de mais de 30 anos de prisão e 154 chibatadas, Mohammadi — a 19ª mulher a receber o prestigioso prêmio, que já foi concedido 90 vezes a homens — se encontra atualmente presa devido à sua luta contra a opressão das mulheres imposta pelo atual regime do Irã.
Segundo informações do portal de notícias G1, Nobel da Paz foi atribuído a Mohammadi cerca de um ano após o início da onda de protestos desencadeados pela morte da jovem Mahsa Amini, presa em 2022 por "violação do código de vestimenta islâmica" vigente no país.
Esta honra chega também em um momento em que outra iraniana está em coma após um encontro com a chamada "polícia da moralidade", uma divisão do governo iraniano responsável por fiscalizar as rigorosas restrições impostas às mulheres no país (mais detalhes abaixo).
Apesar de se destacar como uma das líderes do movimento atual, a atuação de Narges Mohammadi, de 51 anos, remonta a muitos anos.
Há duas décadas, ela se tornou uma das principais defensoras dos direitos das mulheres e da abolição da pena de morte no Irã, um dos países que mais utiliza essa forma de punição no mundo. A ativista já foi presa seis vezes, a primeira delas há 22 anos.
