África sofre de modo desproporcional com as mudanças climáticas
Redação Publicado em 21/10/2022, às 19h01
Cientistas e editores de periódicos, fizeram um apelo publicado nas principais revistas científicas, sobre a urgência em socorrer países africanos atingidos pelos efeitos das mudanças climáticas. O objetivo é estimular os líderes mundiais a oferecerem justiça climática ao continente.
Como noticiado pela revista Galileu, a África sofreu de modo desproporcional com tragédias como inundações, doenças e migrações forçadas. Essa situação gerou preocupação nos cientistas que publicaram um artigo em mais de 250 publicações.
Um exemplo da situação crítica, é a África Ocidental e Central, atingida, por exemplo, por inundações severas que resultaram no aumento da mortalidade e migração forçada devido à perda de abrigo, terras cultivadas e gado.
No continente, cerca de 1,7 milhões de mortes ocorrem por ano como consequência da insegurança alimentar e desnutrição.
“Na África, já estamos vendo os efeitos devastadores das mudanças climáticas na saúde das pessoas e a necessidade de fortalecer atenção primária à saúde orientada às comunidades é para agora mais do que nunca”, afirma Bob Mash, editor do African Journal of Primary Health Care and Family Medicine, em comunicado.
Com autoria de 16 representantes das principais revistas biomédicas da África: African Health Sciences, African Journal of Primary Health Care & Family Medicine e East African Medical Journal, o texto foi lançado na última terça-feira, 18 e pode ser conferido no periódico The Lancet.
Segundo os especialistas, embora a África tenha "feito pouco" por causa da crise climática, ela foi atingida desproporcionalmente e isso resulta na insegurança alimentar e a desnutrição devido ao clima extremo que danifica o abastecimento de água e alimentos.
Também houve um aumento das doenças como malária, dengue, ebola e outras enfermidades infecciosas por causa das inundações e danos à higiene ambiental que acarretam em mudanças na ecologia.
Essa é a primeira vez que tantos periódicos se reúnem para fazer a mesma reinvidicação. O pedido é de que os líderes do planeta hajam antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), marcada para ocorrer de 6 a 18 de novembro no Cairo, Egito.
