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Notícias / Bagre

Cientistas inserem gene de jacaré em bagre nos Estados Unidos

Os cientistas usaram a técnica de edição genética CRISPR para inserir gene de jacaré em parte de genoma de bagre

Redação Publicado em 07/02/2023, às 17h11 - Atualizado em 14/02/2023, às 14h24

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Á esquerda, imagem de cientista e, à direita, imagem de bagre - Divulgação / Universidade de Auburn
Á esquerda, imagem de cientista e, à direita, imagem de bagre - Divulgação / Universidade de Auburn

Cientistas dos Estados Unidos inseriram genes de jacaré no genoma de bagres (Siluriformes) a fim de torná-los mais resistes contra doenças. Esses pesquisadores descobriram que um tipo de gene do jacaré pode ser uma resposta para proteger contra doenças em peixes.  

Os resultados foram publicados, em janeiro, pelos pesquisadores da Universidade de Auburn, no estado norte-americano do Alabama em um artigo no site biorxiv.org, que ainda não foi revisado por pares. 

Eles descobriram que um tipo de gene do jacaré pode ser uma resposta para proteger contra doençasnos peixes, pois codifica uma proteína antimicrobiana chamada catelicidina. O objetivo é fazer com que o bagre se torne uma iguaria consumida por humanos no futuro. Nos répteis, essa estrutura ajuda contra infecções nas feridas que eles têm durante lutas agressivas uns contra os outros.

Após a realização do procedimento, os cientistas esperam obter a aprovação do bagre transgênico, mesmo sabendo que o processo é longo. As informações são da Galileu.

Bagres estéreis

A fim de evitar que esses animais transgênicos causassem estragos na natureza, gerando competição por comida e habitat, um dos autores do estudo, Rex Dunham, contou ao MIT Techonology Review, que a inserção do gene de jacaré na parte do genoma que codifica um importante hormônio reprodutivo nos bagres — sem o qual, eles são incapazes de desovar —, reduzia sua capacidade de reprodução, os tornando estéreis. Para fazer esse procedimento, os cientistas usaram a técnica de edição genética CRISPR.

Sobrevivência

Os cientistas descobriram, ao colocar dois tipos diferentes de bactérias causadoras de doenças em tanques de água, que esses peixes que foram "editados" possuíam mais chances de sobreviver do que aqueles sem a edição genética.

A depender da infecção, segundo Dunham, “a taxa de sobrevivência dos peixes transgênicos com catelicidina era de duas a cinco vezes maior”. 

Comestível

Apenas outro peixe geneticamente modificado, o salmão AquAdvantage, recebeu aval nos EUA em 2021 e isso após seis anos que a empresa responsável fez a solicitação. Ele possui um gene extra incorporado do genoma de outro tipo de salmão, o qual o fez crescer muito mais. 

O bagre não será um risco para a saúde humana, caso seja aprovado para venda. Quando o peixe é cozido, a proteína produzida pelo gene do jacaré perde sua atividade biológica, de acordo com o coautor da pesquisa, Baofeng Su, ao MIT Technology.

Mas ele ainda acrescentou que, “de qualquer forma, muita gente já come carne de jacaré”.