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Colisões tectônicas estão aumentando o Himalaia e podem dividir o Tibete

Segundo geólogos, movimento tectônico entre as placas indiana e euroasiática, que vem aumentando os Himalaias, pode destruir o Tibete eventualmente

Éric Moreira Publicado em 17/01/2024, às 12h45

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Fotografia dos Himalaias - Foto por Vyacheslav Argenberg pelo Wikimedia Commons
Fotografia dos Himalaias - Foto por Vyacheslav Argenberg pelo Wikimedia Commons

Uma nova pesquisa apresentada na reunião anual da União Geofísica Americana, publicada online no ESS Open Archive como uma pré-impressão pré-revisada por pares, demonstra que a geologia da região dos Himalaias, a cordilheira mais alta do mundo, pode ser mais complexa do que se pensava. As novas observações levantam inclusive a possibilidade de, no futuro, a região onde hoje se encontra o Tibete se divida em duas partes.

Conforme descrito pelos pesquisadores, os Himalaias seguem a crescer, até os dias de hoje, pois duas placas tectônicas continentais — a placa indiana e a placa euroasiática — vêm se colidindo uma com a outra por debaixo da cordilheira. 

Vale mencionar que no caso em que duas placas, uma oceânica e outra terrestre, colidem, a oceânica (que costuma ser mais densa) desliza sob a placa continental, em um movimento chamado de subducção. Porém, no caso dos Himalaias, em que são duas placas continentais e igualmente densas, é difícil prever qual delas pode se sobressair — logo, o destino da região do Tibete ainda é incerto para os geólogos.

+ Como o Tibete vivia isolado e sob sistema feudal até ser invadido pela China

Alguns cientistas da área acreditam que a maior parte da placa indiana pode estar deslizando por debaixo da euroasiática, sem necessariamente mergulhar profundamente no manto, em um processo conhecido como underplating. Já outros acreditam que as partes mais profundas da placa indiana estão em subducção, enquanto suas partes superiores seguem pressionando-se contra a maior parte do Tibete. 

O que vai acontecer?

A pesquisa mais recente, porém, sugere que a resposta para o que vai acontecer com a região dos Himalaias pode ser ambas as opções mencionadas. Existem evidências de que a placa indiana está realmente em subducção, mas também está deformando-se e "descascando" com o tempo. 

Não sabíamos que os continentes poderiam se comportar dessa maneira, e isso é, para a ciência da terra sólida, bastante fundamental", comenta o geodinamicista da Universidade de Utrecht, na Holanda, Douwe van Hinsbergen (que não esteve envolvido no estudo), à Science Magazine.

Então, para tentar descobrir mais claramente o que ocorre nas profundezas da região do Tibete, foram investigadas as ondas sísmicas que viajam através da crosta terrestre, bem na região em que as duas placas colidem. Foi então que descobriram que, em algumas partes, o fundo da placa indiana está a uma profundidade de 200 quilômetros; em outras, apenas 100 quilômetros, o que sugere que parte da placa se desprendeu.

Por fim, conforme descreve o Live Science, a investigação recente pode apontar para áreas de maior ou menor risco de terremotos — que indicam uma placa fragmentada — ao longo do limite das placas. Apesar disso, ainda não se entende completamente como o rasgo e a deformação nas profundezas da crosta terrestre pode se traduzir no acúmulo de tensão na superfície.