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Notícias / Crânio de Piltdown

Crânio de Piltdown: revelada a face de uma das maiores fraudes da História

Apresentado no ano de 1912 como o elo perdido entre humanos e macacos, o Crânio de Piltdown foi, na verdade, uma grande farsa da história da ciência

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 02/01/2024, às 15h41 - Atualizado em 07/01/2024, às 11h13

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Aproximação facial do crânio realizada pelo designer 3d - Divulgação/Moraes et. al
Aproximação facial do crânio realizada pelo designer 3d - Divulgação/Moraes et. al

Uma impressionante reconstrução facial foi realizada pelo designer 3D brasileiro Cicero Moraes, a partir de um estudo estrutural do crânio de Piltdown, que foi apresentado em Londres, Inglaterra, em 1912. A caixa craniana, inicialmente considerada um "elo perdido entre os macacos e os humanos", foi revelada, 40 anos depois, como uma das, se não, a maior, fraudes na história da ciência.

A curiosa reconstituição facial, realizada por Moraes em colaboração com os arqueólogos Luca e Alessandro Bezzi do grupo Arc-Team, na Itália, foi publicada em 1º de janeiro na revista OrtogOnLineMag.

Conforme o designer 3D, além de reconstruir a face, o trabalho abrange detalhadamente a história do crânio de Piltdown, utilizando dados da apresentação original e artigos subsequentes, proporcionando uma narrativa completa sobre o tema.

Nós comparamos a mandíbula com outros primatas e descobrimos uma compatibilidade quase perfeita com uma orangotango fêmea e, unindo isso ao crânio com traços bastante delicados, podemos ter não um homem, mas uma Mulher de Piltdown", disse o designer, segundo o portal Galileu.
Aproximação facial a partir do Crânio de Piltdown / Crédito: Divulgação / Moraes et. al

Durante uma reunião da Geological Society de Londres em dezembro de 1912, Charles Dawson e Arthur Smith Woodward apresentaram o crânio de Piltdown, alegando tê-lo descoberto em Sussex.

A história contada por Dawson envolvia uma caminhada por Piltdown Commons, onde ele teria notado pedras incomuns. Após inquirir os trabalhadores, descobriu que as pedras vinham de uma fazenda próxima. Dawson foi ao Museu Britânico com fragmentos do crânio, que pareciam pertencer a um novo gênero, Eoanthropus dawnsoni.

A verdade é revelada

Apesar das dúvidas na época da descoberta, a fraude foi aceita por alguns cientistas. Em 2016, porém, análises revelaram que os dentes eram compatíveis com o gênero Pongo, indicando que os restos pertenciam a um orangotango de Bornéu.

Os pesquisadores identificaram a presença de massa restauradora nos alvéolos mandibulares e uma série de lesões causadas durante o processo de 'ajuste' da estrutura para o fim desejado pelo falsificador. Em relação a abóbada, foram utilizados ossos de dois ou três humanos, possivelmente medievais", diz o estudo.

Para Moraes, a fraude teria surgido após um desejo de Charles Dawson de se tornar Fellow da Royal Society e, "vendo que seus esforços anteriores não surtiram efeito, pode ter utilizado os seus conhecimentos para falsificar o 'fóssil' do Homem de Piltdown".

+ Confira aqui o estudo completo.