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Notícias / Europa

Descendentes do último rei da Itália processam Estado para recuperar joias reais

O tesouro vem sendo guardado em um cofre no Banco da Itália há pelo menos 76 anos, em meio a uma batalha sobre sua posse

Isabela Barreiros Publicado em 09/02/2022, às 14h19

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O príncipe e a princesa de Piemonte na década de 1930 - Bundesarchiv, Bild via Wikimedia Commons
O príncipe e a princesa de Piemonte na década de 1930 - Bundesarchiv, Bild via Wikimedia Commons

Os filhos do último rei da Itália abriram uma ação contra o Estado italiano em uma tentativa de recuperar as joias reais que permanecem escondidas em um baú de tesouro, guardado em um cofre no Banco da Itália, há pelo menos 76 anos.

A coleção de joias da coroa consiste em mais de 6 mil diamantes e 2 mil pérolas, presentes em colares, tiaras e broches usados ao longo dos 85 anos de monarquia italiana, em especial por princesas e rainhas.

Após um mistério de longa data sobre a quem pertence o tesouro, os descendentes do rei Humberto II decidiram processar o Estado por não conseguirem chegar a um acordo com o banco com a intenção de recebê-lo de volta.

O filho do rei, Vittorio Emanuele di Savoia, e três filhas, Maria Gabriella, Maria Pia e Maria Beatrice, estão sendo representados pelo advogado Sergio Orlandi. A primeira audiência sobre o caso está marcada para o dia 7 de junho no tribunal de Roma, na Itália.

“Sabíamos que a reunião de mediação [com o Banco da Itália] não iria a lugar nenhum, mas fomos obrigados a tê-la antes [de processar o Estado]”, afirmou Orlandi. “Espero que consigamos devolver as joias, e agora caberá a um juiz determinar se a família tem os direitos [de propriedade].”

Como noticiou o jornal britânico The Guardian, as joias foram recebidas pelo banco da Itália em 5 de junho de 1946, apenas nove dias antes do rei Humberto II ser banido para o exílio junto a seus herdeiros do sexo masculino. Os italianos votaram pelo fim da monarquia três dias depois do banco ficar com o tesouro.

O monarca, que permaneceu apenas 34 dias no trono, havia solicitado ao ministro da Casa Real, Falcone Lucifero, que os objetos preciosos fossem levados para Luigi Einaudi, então governador do Banco da Itália, que se tornaria presidente, para serem protegidos.

Acredita-se que o tesouro de joias tenha sido a única parte da propriedade real a não ser confiscada pelo Estado italiano com o fim da monarquia no país, o que pode ajudar os descendentes do último rei italiano no processo em que busca recuperá-lo.