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Notícias / A Sociedade da Neve

Diretor de A Sociedade da Neve reflete sobre canibalismo entre sobreviventes: 'Se sentiam péssimos'

Em A Sociedade da Neve, filme retrata a história real de um time esportivo que enfrentou condições extremas após o avião cair na Cordilheira dos Andes

por Thiago Lincolins

tlincolins_colab@caras.com.br

Publicado em 09/01/2024, às 14h19

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Cena do filme 'A Sociedade da Neve' - Divulgação
Cena do filme 'A Sociedade da Neve' - Divulgação

Em 'A Sociedade da Neve', o público confere a história real do episódio que ficou conhecido como 'Milagre dos Andes'. Em outubro de 1972, um avião que levava 45 pessoas colidiu com uma montanha enquanto sobrevoava a Cordilheira dos Andes em péssimas condições climáticas. 

Os sobreviventes viveram dois meses de pesadelo. Além de encarar condições de clima extremas com roupas inadequadas, lidaram com o frio e a fome. O filme lançado pela Netflix é uma adaptação do livro de mesmo nome lançado pelo jornalista Pablo Vierci, que entrevistou os sobreviventes em 2008. 

Como mostra a obra, aqueles que sobreviveram ao acidente precisaram recorrer à carne das vítimas para não morrerem de fome. De maneira sensível e não sensacionalista, o filme retrata como tudo aconteceu. 

Os sobreviventes fizeram um pacto quando a fome se tornou extrema. Quem não sobrevivesse ao acidente autorizou que o corpo fosse utilizado pelos colegas. Sem imagens explícitas, Juan Antonio Bayona, diretor do filme, refletiu sobre como isso ocorreu na história real.

Situação extrema

Ao NPR, ele disse que queria "entrar em suas mentes e tentar sentir a história da mesma forma que eles a sentiram na montanha". Bayona explicou que eles se sentiram péssimos quando tiveram que recorrer aos corpos das vítimas.

"Essas pessoas, no primeiro dia em que fizeram isso, sentiram-se infelizes. Eles se sentiam péssimos, as pessoas mais miseráveis ​​do mundo. No dia seguinte, estavam fazendo fila, uma fila para pegar suas porções de comida", afirmou ele. "Então, o tabu foi quebrado muito rapidamente porque eles estavam morrendo de fome de uma forma que não conseguimos entender. É o tipo de fome que você tem depois de ficar cinco dias, seis dias, sem comer nada e saber que não tem o que comer. Então só havia uma chance, sabe?". 

Bayona também enfatiza que os sobreviventes do acidente chegaram a decisão de comer os restos das vítimas, pois, não havia outra escolha. 

"(...) Eles abordaram esse assunto de todas as perspectivas, de uma forma muito tranquila, conversando sobre tudo, todos juntos. E depois disso, eles decidiram que tinham que fazer isso porque não havia opção, o que é muito interessante a forma como chegaram a esse consenso massivo, você sabe, entre todos eles. Acho que é isso que torna a experiência tão marcante, a maneira como eles falam sobre as coisas, ouvindo todo mundo e não obrigando ninguém a fazer nada contra a sua vontade", explicou. 

O diretor, que teve autorização dos sobreviventes e familiares das vítimas para retratar a história, disse que, para os sobreviventes, era importante que o filme fizesse justiça ao que passaram.