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Notícias / Homo naledi

Espécie primitiva com cérebro minúsculo desafia o que se sabe sobre a evolução humana

Descoberta feita em Berço da Humanidade mostra que Homo naledi realizava práticas funerárias 100 mil anos antes do homem moderno

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 07/06/2023, às 14h54

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Reconstrução do Homo naledi - Divulgação/Mark Thiessen
Reconstrução do Homo naledi - Divulgação/Mark Thiessen

Dentro do Berço da Humanidade, um patrimônio mundial da UNESCO perto de Joanesburgo, na África do Sul, paleontólogos descobriram o mais antigo cemitério conhecido do mundo

Por lá foram identificados os restos de uma "misteriosa espécie humana arcaica", conhecida como Homo naledi, que vem desafiando o que se sabe sobre a evolução humana. Um fato curioso é que eles tinham os cérebros minúsculos, com cerca de um terço do tamanho do cérebro do homem moderno. 

Lee Berger durante exploração/ Crédito: Divulgação/ Berger et. al.

Além disso, os Homo naledi tinham hábitos curiosos, como enterrar seus mortos e marcar suas sepulturas com símbolos. Até então, tais comportamentos só eram associados ao Homo sapiens e aos neandertais, que vieram cerca de 100 mil anos depois. Isso sem contar que seus cérebros eram maiores que os da espécie em questão. 

O achado foi liderado pelo paleoantropólogo e National Geographic Explorer-in-Residence Lee Berger, e os resultados foram detalhados em três estudos publicados na revista eLife; disponíveis na pré-impressão do repositório online BioRxiv.

O Homo naledi

Segundo o Daily Mail, os restos do Homo naledi foram encontrados, pela primeira vez, em um sistema de cavernas em 2013. Os últimos achados, por sua vez, incluem os restos mortais de adultos e crianças que, após morrerem, foram colocados em posição fetal dentro de depressões da caverna. 

Reprodução da posição em que os corpos foram deixados/ Crédito: Divulgação/ Berger et. al.

Os corpos foram cobertos de terra e os pesquisadores identificaram, ainda, símbolos gravados nas paredes destes locais. Os vestígios possuem entre 241 mil e 335 mil anos — novos estudos devem fornecer uma datação mais precisa, repercutiu a CNN. 

Cruzes, jogos da velha e formas geométricas estão entre os símbolos esculpidos no local. Figuras semelhantes foram identificadas em cavernas ocupadas por Homo sapiens e neandertais, há 80 mil e 60 mil anos, respectivamente. 

Marcas achadas nas cavernasd/ Crédito: Divulgação/ Berger et. al.

"Os achados recentes sugerem enterros intencionais, o uso de símbolos e atividades com produção de significado por Homo naledi. Podemos ver aqui uma indicação de que essa espécie de cérebro pequeno, parente dos humanos antigos, tinha práticas complexas relacionadas à morte", explica Berger

Isso significaria não só que os seres humanos não são únicos no desenvolvimento de práticas simbólicas, mas podem não ter sequer inventado tais comportamentos", completa.