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Notícias / Arqueologia

Esqueletos de 3.800 anos ajudam a identificar e revelar as relações de uma família

Um estudo genético revelou quais foram as relações entre todos os ‘indivíduos’ do grupo que viveu há 3.800 anos

Redação Publicado em 19/09/2023, às 15h17

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Um dos esqueletos estudados pela equipe de pesquisa - Divulgação / Svetlana Sharapova / Universidade Johannes Gutenberg Mainz (JGU)
Um dos esqueletos estudados pela equipe de pesquisa - Divulgação / Svetlana Sharapova / Universidade Johannes Gutenberg Mainz (JGU)

Um curioso estudo genético pioneiro conseguiu identificar uma família completa que viveu durante a Idade do Bronze, trazendo novas evidências as origens e a estrutura genética das comunidades familiares pré-históricas. A pesquisa se baseou na análise dos genomas de esqueletos com 3.800 anos, encontrados em um kurgan (tipo de túmulo) na estepe russa, situado na fronteira entre a Europa e a Ásia.

Utilizando a genômica estatística, os cientistas conseguiram desvendar as relações familiares e matrimoniais entre os indivíduos desse grupo. O kurgan da Idade do Bronze abrigava seis irmãos, suas respectivas esposas, filhos e netos. O irmão mais velho possuía oito filhos e duas esposas, uma das quais provinha das regiões de estepe asiáticas no leste.

Os outros irmãos não apresentavam evidências de poligamia e, provavelmente, viviam em casamentos monogâmicos, tendo menos filhos. O Dr. Jens Blöcher, principal autor do estudo e professor da Universidade Johannes Gutenberg Mainz (JGU), na Alemanha, disse:

O túmulo fornece um retrato fascinante de uma família pré-histórica", afirmou Blöcher. "É notável que o primogênito aparentemente tivesse um status mais elevado, portanto, maiores chances de reprodução. O direito do primogênito masculino nos parece familiar, é conhecido do Antigo Testamento, por exemplo, mas também da aristocracia na Europa histórica".

Outras revelações

Além disso, a análise genômica revelou que a maioria das mulheres sepultadas no kurgan eram imigrantes. Segundo os pesquisadores, essa mobilidade matrimonial feminina é um padrão comum do ponto de vista econômico e evolutivo, enquanto um sexo permanece local para garantir a continuidade da linhagem familiar e da propriedade, o outro busca parceiros externos para evitar a endogamia.

“O estado de saúde da família aqui enterrada devia ser muito precário. A expectativa média de vida das mulheres era de 28 anos, a dos homens 36 anos”, disse Svetlana Sharapova, arqueóloga de Ekaterinburg e chefe da escavação.

Na última geração da família, o uso do kurgan cessou abruptamente, revelando descoberta predominante de bebês e crianças pequenas. Isso levanta a hipótese de que os habitantes tenham sido afetados por doenças ou que a população restante tenha migrado em busca de melhores condições de vida, teoriza a pesquisadora.