Um novo estudo indica que classificação dos padrões de comportamento das formigas é essencial para a análise forense
Redação Publicado em 19/09/2023, às 17h33
Cadáveres humanos frequentemente exibem hemorragias externas, muitas vezes adquiridas após o óbito. No dia 3 de setembro, a revista Forensic Sciences publicou um estudo que indica uma possível causa para essas lesões corporais: as formigas.
Anteriormente, a presença de formigas era relacionada ao processo de decomposição do corpo humano. Agora, especialistas chegaram a conclusão de que estes insetos produzem alterações que simulam sangramentos, conforme repercutido pela Galileu.
O estudo, realizado nas Ilhas Nicobar e Andaman, na Índia, observou o comportamento dos insetos frente a corpos em decomposição. O propósito da pesquisa era compreender o que ocorre com um cadáver, momentos após a morte, e ajudar na análise forense, ao identificar padrões entre as manchas de sangue.
Em um comunicado, a líder do estudo, Paola Magni, oriunda da Universidade Murdoch, na Austrália, explicou o papel das formigas na investigação de um crime.
Os entomologistas forenses reconstroem eventos criminais usando insetos, sendo que as moscas-varejeiras desempenham um papel importante. No entanto, as formigas são frequentemente ignoradas como uma mera presença incidental em um cadáver, e sua importância pode passar despercebida por um olho não treinado", afirmou Magni em nota.
A partir da classificação dos padrões de comportamento das formigas, é possível identificar sangramentos, a posição do corpo no momento do óbito e até mesmo pistas sobre a causa de falecimento. A pesquisa sugere uma ampla compreensão do papel da ecologia nas perícias.
Na cena do crime, manchas de moscas a partir de excrementos e vômitos podem ser confundidas com respingos de sangue de alta velocidade resultantes de tiros. Um entomologista forense pode distinguir entre evidências relacionadas a tiros e marcas associadas a insetos analisando a distribuição e o DNA das manchas.", concluiu Magni no comunicado.
