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Notícias / Paleontologia

Estudo aponta que tiranossauros tinham brigas violentas que envolviam mordidas no rosto

Paleontólogos investigaram cicatrizes e sugeriram uma espécie de “clube da luta” para dinossauros

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 13/09/2021, às 13h11

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Ilustração de briga entre tiranossauros - Divulgação/Julius Csotonyi/Royal Tyrrell Museum
Ilustração de briga entre tiranossauros - Divulgação/Julius Csotonyi/Royal Tyrrell Museum

Em 2017, paleontólogos descobriram uma mandíbula superior de tiranossauro no Parque Provincial dos Dinossauros de Alberta, no Canadá. O espécime continha "cicatrizes que se estendiam ao longo da lateral do osso", segundo Caleb Brown, curador do Royal Tyrrell Museum em Alberta, Canadá.

Um grupo de pesquisadores percebeu, então, que os crânios de tiranossauro geralmente apresentam cicatrizes como as observadas na mandíbula encontrada e decidiu analisá-los sistematicamente para entender o que poderia ter causado tais ferimentos. Os resultados desse estudo foram publicados no último dia 3 no periódico Paleobiology.

Os tiranossauros provavelmente mordiam o rosto um dos outros com objetivo de competir por prêmios como território, companheiras e até mesmo status, ainda que não com o objetivo de matar o outro indivíduo. Por isso, os crânios apresentavam tantas cicatrizes como as observadas pelos cientistas.

Foram examinados 202 crânios e mandíbulas de tiranossauros, totalizando 324 cicatrizes. Os estudiosos perceberam que os mais jovens não apresentavam tais marcas de brigas, enquanto cerca de metade dos mais velhos mostravam sinais de que participavam dos “clubes de luta” para dinossauros.

Pesquisador Brown com um dos espécimes analisados / Crédito: Divulgação/Royal Tyrrell Museum of Paleontology

"Esses animais têm idade suficiente para se reproduzir e estão testando as águas para ver como se classificam em comparação com os rivais ou como se classificam em comparação com parceiros em potencial", explicou Brown, um dos autores do estudo, ao portal Live Science. 

No entanto, ele acrescenta que “isso é realmente difícil de testar, então não sabemos realmente", porque é muito difícil saber o sexo de um fóssil de dinossauro. Com as atuais tecnologias, só é possível diferenciar dinossauros machos ou fêmeas se ele morreu enquanto estava grávida ou pondo ovos, por exemplo.

A partir das análises feitas na pesquisa, o que eles apontam é que os tiranossauros "não tinham esse comportamento quando eram jovens, e só começaram quando já estavam quase meio crescidos, e só o tinham com animais do mesmo tamanho".

"Também não sabemos se [o comportamento de morder] era apenas masculino, apenas feminino ou ambos que estavam lutando, mas é interessante considerar os cenários possíveis, especialmente se melhorarmos em determinar os sexos dos dinossauros no futuro”, completou o pesquisador.