Homem foi curado de um tumor enquanto participava de estudo realizado no Reino Unido; outros pacientes também apresentaram melhoras significativas
Redação Publicado em 26/09/2022, às 10h43
Um novo tratamento contra o câncer, que utiliza uma forma enfraquecida do vírus da herpes — herpes simplex —, tem se mostrado promissor. Isso porque, ao participarem dos primeiros testes, realizados no Reino Unido, pacientes com a doença viram seus tumores encolherem.
No caso de Krzysztof Wojkowski, construtor que vive no oeste de Londres, o tratamento resultou na cura de seu câncer de glândulas salivares, diagnosticado em 2017, apontou matéria do G1.
Ele, que tem 39 anos de idade, participou da primeira fase do teste administrado pelo Instituto de Pesquisa do Câncer do Royal Marsden NHS Foundation Trust, depois de passar por cirurgia e tratamentos que não surtiram efeito.
"Me disseram que não havia mais opções para mim, e que eu estava recebendo cuidados de fim de vida. Foi devastador, então foi incrível ter a chance de participar do estudo", declarou Wojkowski à BBC.
De acordo com o portal de notícias, as injeções são aplicadas diretamente no tumor, sendo que o vírus age tanto atacando as células cancerosas quanto ativando o sistema imunológico.
Tomei injeções a cada duas semanas durante cinco semanas que erradicaram completamente meu câncer. Estou livre do câncer há dois anos", disse o paciente curado.
Cerca de 40 pessoas participaram do estudo e foram divididas em dois grupos: o primeiro tomou apenas a injeção de vírus, chamada RP2, enquanto que o segundo recebeu ainda um outro medicamento contra o câncer, o nivolumab.
Mais estudos serão necessários, porém os especialistas estão bastante empolgados com os resultados e acreditam que a descoberta poderá salvar outros pacientes com câncer avançado.
Em entrevista concedida à BBC, o líder do estudo, Kevin Harrington, declarou que as respostas ao tratamento foram "verdadeiramente impressionantes". Segundo ele, resultados foram observados em diversos tipos de câncer em estágio avançado, entre eles o de esôfago e de olho.
"É raro ver taxas de resposta tão boas no estágio inicial de ensaios clínicos, pois seu objetivo principal é testar a segurança do tratamento, e envolve pacientes com câncer muito avançado para os quais os tratamentos atuais pararam de funcionar", afirmou.
Estou ansioso para ver se vamos continuar a ver benefícios à medida que tratamos um número maior de pacientes", declarou Harrington.
