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Notícias / Winston Churchill

A história por trás do retrato que Winston Churchill odiou

Ex-primeiro-ministro britânico teve tanta aversão que quadro com sua imagem foi incendiado, mas um esboço resistiu ao tempo; veja!

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 16/04/2024, às 12h29 - Atualizado às 20h26

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Retrato de Winston Churchill em março de 1945 - Central Office of Information / Domínio Público/ Via Wikimedia Commons
Retrato de Winston Churchill em março de 1945 - Central Office of Information / Domínio Público/ Via Wikimedia Commons

Prestes a ser leiloado, um esboço de um retrato íntimo de Winston Churchill, que permaneceu guardado por sete décadas, está em exposição na sala do Palácio de Blenheim, onde nasceu o primeiro-ministro mais famoso da Grã-Bretanha.

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A obra foi feita por Graham Sutherland, um dos artistas mais conceituados de sua época, que foi contratado pelo Parlamento para fazer uma pintura do premiê em comemoração aos seus 80 anos, em novembro de 1954. 

O retrato final, porém, conforme repercute o The Guardian, não agradou Churchill, que o considerou um "exemplo notável de arte moderna"; o que gerou risos desdenhosos de alguns conservadores. Assim, ao invés de ser pendurado no parlamento, o retrato foi levado para Chartwell, casa de Churchill em Kent, e mais tarde destruído numa fogueira.

Ao longo dos meses que Sutherland passou trabalhando na encomenda, ele produziu alguns esboços preliminares pintado a óleo, que serviriam como preparação para o trabalho final. Em um desses, agora exposto, Churchill foi pintado em posição angular e com a feição pensativa

O esboço para retrato de Churchill - Getty Images

O destino da obra

O Guardian aponta que Sutherland guardou o esboço e mais tarde o deu para Alfred Hecht, negociante de arte, colecionador e emoldurador de muitas pinturas dos grandes artistas da época.

Hecht manteve a obra em seu acervo até o fim de sua vida e, desde então, ela está com seu atual proprietário — que a leiloará junto a Sotheby's em junho. O quadro foi exposto ao público pela última vez em 1982.

Não é um retrato formal, mas um retrato íntimo", disse André Zlattinger, chefe de arte moderna britânica e irlandesa da Sotheby's, ao veículo. "Churchill é pego em um momento de reflexão distraída". 

Antes da encomenda, Churchill e Sutherland não se conheciam, embora o premiê já fosse considerado mais importante do que o seu contemporâneo Francis Bacon. Artista amador entusiasta, Winston, logo no primeiro encontro com Graham, o questionou: 

"Como você vai me pintar? Como um querubim ou como um buldogue?", se referindo ao apelido de buldogue que havia ganho por sua aparência e comportamento. O pintor respondeu que dependia da imagem que ele apresentasse, comentando mais tarde que o primeiro-ministro se mostrou consistentemente como o cachorro.

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O retrato final /Crédito: Graham Sutherland

Posteriormente, os dois acabaram se tornando amigos, apesar das insistências do então primeiro-ministro para ver o trabalho em andamento que Sutherland fazia. Ao ver seu retrato finalizado, premiê o descreveu como "imundo e maligno". De acordo com o Guardian, ele acreditava que era parte de uma conspiração para derrubá-lo e ameaçou não comparecer à cerimônia de inauguração.

Desta forma, a pintura foi levada para Chartwell, onde definhou em um porão. Depois, irmão da secretária particular de Churchill levou a obra para sua casa e queimou no meio de seu jardim. 

Não há informações se Churchill chegou a ver a obra que agora está em exposição. A Sotheby's estima que a pintura será arrematada entre 500 mil e 800 mil libras (algo entre R$ 3,2 e R$ 5,2 milhões) no leilão que acontece em 6 de junho.