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Notícias / Megalodon

Estudo questiona aparência do Megalodon, gigante dos mares

Em novo estudo, cientistas atestam discrepância em relação a pesquisas anteriores, e descrevem possível novo formato para corpo do predador; confira!

Éric Moreira Publicado em 22/01/2024, às 10h26

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Imagem ilustrativa com um tubarão - Imagem de freepik
Imagem ilustrativa com um tubarão - Imagem de freepik

Um dos mais famosos predadores que já existiu, o megalodon viveu há aproximadamente 23 a 3,6 milhões de anos. Recentemente, um novo estudo levantou dúvidas sobre como o maior tubarão que já existiu sempre foi imaginado, e propôs uma nova aparência para a criatura.

+ Megalodon: Conheça o maior tubarão que já nadou nos oceanos;

Há muito tempo, a comunidade científica acredita que os megalodontes eram bastante parecidos com os grandes tubarões-brancos que existem ainda hoje. No entanto, um estudo publicado no domingo, 21, na revista Palaeontologia Electronica, aponta que o animal teria apresentado um corpo mais alongado e fino.

Conforme descrito pelo site Live Science, após uma nova análise da coluna vertebral incompleta de um megalodonte fossilizado, mantido no Instituto Real Belga de Ciências Naturais (IRSNB), em Bruxelas, a equipe de pesquisadores encontrou discrepâncias em reconstruções anteriores, que sugeriam que essas criaturas poderiam atingir até 16 metros de comprimento, e com um formato corporal semelhante à de tubarões-brancos.

Antes de tudo, é importante mencionar que as verdadeiras proporções do megalodonte são desconhecidas, pois, tubarões, em geral, possuem o esqueleto quase que totalmente composto por cartilagem, que apresenta chances menores de fossilizar, em vez de ossos, por exemplo. Como consequência, o tubarão-branco era utilizado como referência, por ser o maior predador entre as espécies de tubarão que vivem até hoje.

Porém, para o estudo recente, foram examinadas tomografias computadorizadas do esqueleto vertebral de um tubarão-branco juvenil e, depois, foram comparadas com a vértebra do megalodonte em Bruxelas. Foi assim que os pesquisadores perceberam diferenças no crescimento do animal.

Nos tubarões lamniformes (ordem relativa a várias espécies de tubarão, incluindo o megalodonte e o tubarão-branco) vivos até hoje, existe uma relação entre o crescimento do centro — parte central e sólida das vértebras — e a circunferência do animal.

A partir da relação, a equipe pontuou que a coluna vertebral do megalodonte seria mais fina que a do tubarão-branco, logo, o predador pré-histórico poderia ser mais "fino" que o predador moderno.

A reconstrução publicada anteriormente do esqueleto e da forma do corpo do Megalodon parecia muito estranha", afirma Kenshu Shimada, co-autor do estudo e paleobiólogo da Universidade DePaul em Chicago, ao WordSideKick.com. Ele também pontua que, apesar dos apontamentos, "ainda não sabemos o formato exato de sua cabeça, nadadeiras ou cauda."

Dessa forma, o que se sugere agora é que o megalodonte seria, na verdade, mais parecido com um tubarão mako (Isurus oxyrinchus), conforme comunicado pelo co-autor Phillip Sternes, biólogo da Universidade da Califórnia em Riverside.

Por fim, embora não descrevam uma estimativa exata do tamanho que o tubarão pré-histórico teria alcançado, a nova informação sugere que ele poderia ter chegado até 20 metros de comprimento, com os novos dados, "ou possivelmente um pouco mais", conta Shimada.

Ilustração comparando nova ideia de como seria o corpo de um megalodonte, mais alongado, com a suposição anterior / Crédito: Divulgação/Universidade DePaul/Kenshu Shimada

"A realidade é que precisamos da descoberta de pelo menos um esqueleto completo de Megalodon para ter mais confiança sobre seu verdadeiro tamanho, bem como sobre sua forma corporal", acrescenta. Ele também descreve as novas conclusões como "um excelente exemplo de como a ciência avança", ao questionar ideias desenvolvidas anteriormente.

Questionamento 

Embora Kenshu Shimada elogie o fato do novo estudo questionar apontamentos anteriores, os autores mais antigos não se sentem convencidos com as novas alegações. Jack Cooper, autor principal e pesquisador da Universidade de Swansea, no Reino Unido, bem como os colegas Catalina Pimiento e John Hutchinson, dizem que esses resultados novos são mais uma hipótese que se justifica em uma afirmação sem fundamento.

Além disso, eles não fornecem uma nova estimativa de comprimento em seu trabalho", conta o grupo à WordsSideKick.com via e-mail.

"É importante ressaltar que a interpretação do 'corpo alongado' é baseada em uma única observação, uma comparação com um único análogo, e carece de quaisquer testes estatísticos para apoiar a sua hipótese", acrescentam. "Mais criticamente, vários aspectos do estudo são impossíveis de serem verificados ou replicados por futuros pesquisadores, pois os autores não fornecem os dados brutos."