Peter Brown atuou como secretário da lendária banda e chegou a ser citado em uma canção, intitulada "The Ballad of John and Yoko"
Isabelly de Lima Publicado em 04/04/2024, às 08h41
Peter Brown, uma figura-chave nos bastidores da história dos Beatles, abre as portas de seu apartamento espaçoso em Manhattan, apontando para sua mesa de jantar e, em seguida, para uma vista do Central Park conhecida como Strawberry Fields.
"John sentou-se naquela cadeira, olhou pela janela e não conseguia tirar os olhos do parque", compartilha Brown. O "John" em questão é John Lennon. A história de como, em 1971, o ex-Beatle ficou fascinado por essa vista até conseguir um apartamento no edifício Dakota, a apenas um quarteirão de distância, ao lado de sua esposa Yoko Ono, é apenas uma das muitas histórias que Peter guarda sobre os Fab Four.
Nos anos 1960, Brown foi assistente de Brian Epstein, o empresário dos Beatles, e mais tarde trabalhou na Apple Corps, a empresa da banda. Ele era um membro central do círculo íntimo e discreto dos Beatles, mantendo um telefone vermelho em seu escritório cujo número era conhecido apenas pelos quatro membros da banda.
Foi Peter quem, em 1969, informou Lennon e Ono que poderiam se casar rapidamente em Gibraltar, conselho imortalizado na música "The Ballad of John and Yoko". Agora, aos 87 anos, Brown continua a ser uma figura fundamental na história dos Beatles. Ele testemunhou momentos cruciais do grupo e foi guardião de muitos de seus segredos.
Na próxima semana, Brown e o escritor Steven Gaines lançarão nos EUA um livro intitulado "All You Need Is Love: The Beatles in Their Own Words", baseado em entrevistas realizadas com a banda e pessoas próximas nos anos 1980, segundo o portal O Globo.
O lançamento deste novo livro marca uma reviravolta na relação de Brown com os Beatles. Seu livro anterior, "The Love You Make: An Insider's Story of the Beatles", publicado há quatro décadas, gerou controvérsia por seu tom sensacionalista. Brown defende sua obra como um retrato fiel dos bastidores da banda, enquanto alguns críticos o acusaram de traição.
"Esse livro foi uma vergonha", disse Mark Lewisohn, renomado estudioso dos Beatles ao The New York Times. "É como se houvesse dois Peter Browns diferentes", acrescentou.
Brown, no entanto, permanece firme em sua defesa, afirmando que o novo livro oferece uma visão mais profunda e autêntica da história dos Beatles, com revelações surpreendentes e entrevistas inéditas que prometem lançar luz sobre os segredos e conflitos da banda mais famosa do mundo.
