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Matérias / Beatles

Por que Paul McCartney processou os Beatles há 54 anos?

Após o fim dos Beatles, em 1970, Paul McCartney encontrou uma saída para salvar o legado da banda: "Processá-los foi terrível"

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 20/03/2024, às 17h54 - Atualizado em 23/03/2024, às 11h04

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Os Beatles em julho de 1964 - Getty Images
Os Beatles em julho de 1964 - Getty Images

Em 10 de abril de 1970, os Beatles anunciavam seu fim. Após oito anos de formação, Paul McCartney informou que deixaria o Fab Four por "desacordos no plano pessoais, no dos negócios e no musical. Mas o principal é que me sinto melhor com minha família". 

Conforme repercute o El País, ele disse: "Amo esses rapazes", esclarecendo ainda que resolveu suas diferenças com John Lennon antes do seu assassinato, em 1980. "Fomos amigos até o final". 

Mas com o fim dos Meninos de Liverpool, Paul passou a carregar uma chaga durante anos. Em 1970, ele processou os Beatles no Supremo Tribunal de Justiça de Londres. "Processá-los foi terrível", disse à GQ em 2020. Mas por qual motivo isso aconteceu?

+ O verdadeiro responsável pelo fim dos Beatles, segundo Paul McCartney

'A única maneira de salvar os Beatles'

Por anos, muitos acreditaram que Paul McCartney foi responsável pelo fim dos Beatles. Quando ele, Lennon, George Harrison e Ringo Starr finalizam a parceria, uma das principais divergências era Allen Klein — então empresário dos Beatles.

"A única maneira de salvar os Beatles e a Apple — e lançar Get Back de Peter Jackson, que nos permitiu lançar 'Anthology' e todas essas grandes remasterizações de todos os grandes discos dos Beatles — era processar a banda", esclareceu à GQ. 

Pensavam que eu era o cara que acabou com os Beatles e o idiota que processou seus amigos. E, acredite, eu acreditei nisso… Era tão comum que durante anos quase me culpei". 

O motivo do processo foi que Paul buscava a dissolução da parceria contratual que nomeava Klein para presidir os assuntos financeiros dos Beatles. "Se eu não tivesse feito isso, tudo teria pertencido a Allen Klein. A única maneira que me foi dada para nos tirar dessa situação foi fazer o que eu fiz".

À época, McCartney queria que a questão fosse administrada por Lee Eastman, pai de sua falecida esposa Linda Eastman, aponta a Rolling Stone. No entanto, os outros três membros preferiram Allen

Mas isso não foi nada fácil para o baixista, que teve que recorrer ao álcool para lidar com toda a situação. Afinal, processar Klein sozinho não era uma opção, visto que o empresário não era uma parte nesta disputa. 

Foram momentos terríveis, bebi muito e fiz muito de tudo. Foi uma loucura, mas sabia que era a única coisa que podia fazer, porque não havia outra maneira de preservar o trabalho duro de toda a minha vida, e podia vê-lo desaparecer em uma nuvem de fumaça".

"Não havia nenhuma maneira de guardar isso para mim, porque não havia nenhuma maneira de trabalhar tanto por toda a minha vida e ver tudo desaparecer em uma nuvem de fumaça", disse ele. "Eu também sabia que, se conseguisse salvar [os Beatles], também estaria guardando para eles [seus colegas de banda]. Porque eles estavam prestes a doá-lo. Eles amavam esse cara, Klein. E eu estava dizendo: 'Ele é um fodido idiota.'".

O resultado da ação

Conforme recorda a NBC News, no ano seguinte do processo, o Supremo Tribunal de Londres decidiu a ação em favor de Paul McCartney, tirando a posse dos Beatles de Allen Klein. A ação consignou os assuntos financeiros da banda até que fosse estabelecido um termo aceito mutualmente pelos membros da banda. 

Ainda assim, Klein acabou processando os Beatles em 1973, exigindo uma indenização de 19 milhões de dólares pela não renovação de seu contrato. A Billboard, em 2016, no entanto, aponta que as partes chegaram em um acordo para que fosse pago a quantia de 5 milhões.