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Notícias / Paleontologia

Fósseis de preguiça-gigante são encontrados no interior de MG

Descoberta foi feita na Gruta João Lemos, localizada no município de Pains, em Minas Gerais; animal teria vivido durante a última era glacial

Éric Moreira Publicado em 06/02/2024, às 08h26

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Parte de fóssil de preguiça-gigante encontrado em Minas Gerais - Divulgação/L.E.P. Travassos
Parte de fóssil de preguiça-gigante encontrado em Minas Gerais - Divulgação/L.E.P. Travassos

Em 2022, pesquisadores do Espeleogrupo Pains (EPA) descobrira, durante uma atividade de campo da Escola Brasileira de Espeleologia (EBRE) da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), um antigo fóssil de preguiça-gigante na Gruta João Lemos, em Pains, cidade do Centro-Oeste de Minas Gerais. Só recentemente, os restos mortais foram resgatados por completo, e identificados.

Conforme descrito pelo g1, o fóssil pertenceu a uma preguiça-gigante da espécie Catonyx aff. cuvieri, da família Scelidotheriinae. Este animal, no caso, teria vivido durante o período Pleistoceno, e é mais um dos animais pertencentes à chamada megafauna, que foi extinta no fim da última era glacial — lembrando que estima-se que ela tenha terminado há cerca de 12 mil anos.

Conforme descrito pelo pesquisador Bruno Kraemer, envolvido na atividade de escavação do animal pré-histórico, a criatura apresentava uma estrutura corporal semelhante a de um novilho de 150 quilos, com corpo alongado, crânio com aspecto tubular, membros atarracados e poderosas garras.

A locomoção desse animal era peculiar e denominada de pedolateral, ou seja, pisava na face externa das patas. Além disso, seriam capazes de construir tocas no solo, para procriarem e se esconderem", explica Kraemer ao g1.

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Análises

Quando os fósseis foram encontrados, eles estavam permineralizados — quando a estrutura biomineral dos ossos é substituída por algum mineral do meio circundante, no caso, calcita —, conforme pontuam os pesquisadores. Ainda assim, cerca de 25% da ossada da preguiça-gigante ainda pôde ser resgatada, incluindo partes como o úmero esquerdo, ossos carpais, falanges, costelas, o crânio fragmentado, vértebras e o osso palmar.

No entanto, o sexo do anima não foi possível de ser determinado, pois a bacia pélvica do fóssil não foi encontrada. Ainda assim, "podemos dizer que o animal atingiu a fase adulta pelas extremidades dos ossos longos, as epífises, estarem fundidas às diáfises, ou seja, corpo ósseo", afirma Luiz Eduardo Panisset Travassos, docente do Departamento de Geografia da PUC Minas.

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Osso de preguiça-gigante descoberto em Minas Gerais / Crédito: Divulgação/L.E.P. Travassos

Agora, os restos mortais serão triados e preparados no laboratório do Programa de Pós-graduação em Geografia, e eventualmente será encaminhado para compôr a Coleção Paleontológica do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, em Belo Horizonte, capital do estado.