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Notícias / Paleontologia

Fóssil de tartaruga de 150 milhões de anos é encontrado na Alemanha

O achado, relativo à antiga espécie Solnhofia parsonsi, é o mais completo já encontrado

Éric Moreira, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 02/08/2023, às 08h23 - Atualizado às 08h31

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Antigo fóssil de tartaruga descoberto na Alemanha - Divulgação/Universidade de Tübingen
Antigo fóssil de tartaruga descoberto na Alemanha - Divulgação/Universidade de Tübingen

Paleontólogos da Universidade de Tübingen, na Alemanha, encontraram recentemente na região de Baviera, no sudeste do país, um fóssil de tartaruga datado do Jurássico Superior. O que mais chama atenção no achado, porém, é seu quase perfeito estado de preservação.

Divulgada em um artigo publicado na última quarta-feira, 26, na revista científica PLOS ONE, a descoberta pode dar novas pistas sobre parte da vida marinha que ocupou o planeta há milhões de anos. 

O estudo ainda informa que o fóssil encontrado, pertencente à espécie Solnhofia parsonsi, é o primeiro do gênero com os membros completos e preservados, sendo assim o mais adequado para estudos já achado. A preservação é tanta que se tornou possível identificar até mesmo "dedos empilhados" no animal, em vez de uma nadadeira rígida, que seria mais adequada para a vida aquática.

Nunca antes foi possível descrever um indivíduo Solnhofia no qual as extremidades são tão completamente preservadas", informa o pesquisador da Universidade de Tübingen e coautor do estudo, Felix Augustin, em comunicado.

Além do mais, também foi identificada no espécime uma característica física bastante distintiva: uma cabeça triangular, com um bico pontudo — descrito tendo mais de 9 cm de comprimento. "A Solnhofia pode ter usado sua cabeça grande para esmagar alimentos duros, como invertebrados com carapaça, como vemos em algumas tartarugas modernas, mas isso não significa que eles formavam exclusivamente sua dieta", acrescenta Márton Rabi, coautor do estudo.

Fotografia da cabeça da tartaruga
Fotografia da cabeça da tartaruga Solnhofia parsonsi / Crédito: Divulgação/Universidade de Tübingen

Região valiosa

O gênero atribuído à tartaruga, Solnhofia, se deve ao fato de ela ter sido encontrada no chamado calcário de Solnhofen, onde vários outros fósseis de animais já foram encontrados antes. Os primeiros registros do tipo foram feitos no local em 2001, quando escavações sistemáticas tiveram início na região.

Além do mais, de acordo com o portal Ecoa, do UOL, o local foi palco de uma série de descobertas paleontológicas pois, no passado, aquela região da Alemanha apresentava condições ambientais que, ao longo de milhões de anos, foram se alterando. Ali, havia um mar raso e tropical, que abrigava diversas ilhas e recifes.

O alto nível de preservação da tartaruga, e até de outras espécies ali encontradas, se deve também às peculiaridades da região: graças a baixa troca de massas de água com o mar aberto, além da baixa concentração de oxigênio e alta de sal, plantas e animais que ali viviam mal apodreciam. Por isso, não é incomum observar ali uma riqueza em detalhes nos antigos fósseis.

Fotografias do fóssil completo da tartaruga, e imagem mais próxima da cabeça
Fotografias do fóssil completo da tartaruga, e imagem mais próxima da cabeça / Crédito: Divulgação/Universidade de Tübingen