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Notícias / Ciência

George Washington: Estudo com DNA identifica restos mortais de seus descendentes

Um estudo inovador usando o DNA de descendentes do primeiro presidente americano pode auxiliar na identificação de ossadas históricas

Isabelly de Lima Publicado em 01/04/2024, às 11h51

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Pintura sobre o primeiro presidente americano, George Washington - Wikimedia Commons, sob licença creative commons
Pintura sobre o primeiro presidente americano, George Washington - Wikimedia Commons, sob licença creative commons

Um grupo de pesquisadores do Laboratório de Identificação de DNA das Forças Armadas (AFMES-AFDIL), dos Estados Unidos, encararam um curioso desafio de pesquisa genética ao analisar o DNA de uma série de ossadas e fragmentos humanos não marcados e deixados em um cemitério durante o século 19 em um novo estudo publicado na Cell Press em 28 de março.

A surpresa maior se deu quando as informações obtidas de duas ossadas puderam ser relacionadas ao primeiro presidente da história do país norte-americano, George Washington.

A correspondência de dois restos mortais pôde ser detalhada com base na genealogia do presidente com ligação a sobrinha do político, Lucy Payne, reconhecendo ossadas de dois sobrinhos netos do histórico líder: Samuel Walter Washington e George SteptoeWashington Jr.Lucy era filha de Samuel, irmão do presidente.

Para confirmar a relação genética, um descendente vivo foi chamado pela equipe para auxiliar na comparação; Samuel Walter Washington. Os cientistas examinaram o DNA do cromossomo Y para investigar relacionamentos paternos e sequenciaram o DNA mitocondrial para entender relacionamentos maternos, segundo a Galileu.

Árvore genealógica de Samuel Walter Washington (estrela azul) utilizada para o estudo - Reprodução / Courtney Cavagnino

Além disso, os pesquisadores utilizaram um método recentemente desenvolvido para analisar dados de sequenciamento de próxima geração (NGS), que incluiu cerca de 95 mil polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs), uma forma comum de variação genética em sequências de DNA.

Ampliação do estudo

Os resultados revelaram um grau de parentesco mais próximo do que o esperado entre os três indivíduos enterrados e o descendente vivo de George Washington. Os cientistas atribuem essa relação a casamentos entre primos cruzados na árvore genealógica da família Washington.

Agora, os pesquisadores planejam aplicar essas técnicas para identificar os restos mortais de combatentes desaparecidos em todo o mundo, remontando à Segunda Guerra Mundial.

Courtney Cavagnino, do AFMES-AFDIL, explicou em um comunicado: "A capacidade de testar amostras históricas como os restos do cemitério de Harewood nos permite avaliar e melhorar as metodologias aplicadas às nossas amostras de casos que têm qualidade similar aos restos históricos, e muitas vezes até mais degradadas".

Charla Marshall, Diretora Adjunta das Operações de DNA do Departamento de Defesa dos EUA, destacou também no comunicado que a análise de repetição de sequências curtas (STR) é comumente usada em estudos forenses, mas é impossível de ser aplicada em restos degradados, especialmente aqueles preservados com técnicas de embalsamamento pós-guerra envolvendo formaldeído.

Marshall também enfatizou que técnicas como as abordadas no novo estudo podem ampliar o grupo de doadores de amostras de referência familiar viáveis para parentes de 3º e 4º graus, o que pode aumentar o número de identificações assistidas por DNA, especialmente em casos de conflitos passados, como a Segunda Guerra Mundial, Coreia, Guerra Fria e Sudeste Asiático/Vietnã.