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Golpista americana que fingiu ser herdeira irlandesa é presa novamente

Marianne 'Mair' Smyth, que já foi presa anteriormente e solta em 2020, foi novamente detida após uma série de fraudes no Reino Unido

Éric Moreira Publicado em 20/03/2024, às 11h55

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Johnathan Walton e Marianne 'Mair' Smyth - Divulgação/Johnathan Walton
Johnathan Walton e Marianne 'Mair' Smyth - Divulgação/Johnathan Walton

Marianne Smyth, uma americana que já foi presa no Reino Unido por fingir ser uma herdeira irlandesa de uma fortuna de US$ 30 milhões, foi presa mais uma vez recentemente. Desta vez, ela foi conectada a uma série de fraudes financeiras no país.

Ela foi presa no dia 23 de fevereiro, em uma casa de aluguel de curta duração em Bingham, no estado norte-americano do Maine. Agora, ela aguarda extradição para Belfast, na Irlanda do Norte.

Histórico criminoso

Segundo o The Guardian, Smyth teria trabalhado em várias empresas hipotecárias sediadas no Reino Unido entre 2002 e 2009, período este em que ela supostamente convenceu cinco pessoas a lhes dar um total de £ 135.570 (ou US$ 172.000), que ela prometeu investir em nome deles em uma conta bancária de juros altos. Porém, ela guardou o dinheiro somente para si.

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Em 2009, depois que as pessoas que caíram no golpe se manifestaram, a polícia de Belfast, capital da Irlanda do Norte, planejou prender Smyth, mas ela foi avisada disso com antecedência e conseguiu fugir junto de sua família. Assim, as autoridades irlandesas perderam seu rastro.

Ela teria então praticamente desaparecido, até que ressurgiu em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde fez amizade com o produtor de reality shows Johnathan Walton, fingindo ser uma herdeira irlandesa que travava uma batalha legal com sua família por uma fortuna de US$ 30 milhões.

Então, entre 2013 e 2017, Walton teria dado a Smyth pouco menos de US$ 100 mil, para que ajudasse ela a garantir sua herança; porém, eventualmente ele descobriria que nunca existiu de fato uma herança. Em vez disso, ela teria usado parte do dinheiro para lidar com uma confissão de culpa em 2016, quando foi acusada de roubar fundos de uma agência de viagens que já trabalhou.

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Então, Walton decidiu investigar a mulher mais profundamente, e descobriu uma série de outros golpes que ela já realizou em vários lugares, já tendo se passado por psicóloga, investigadora de custória infantil nomeada pelo tribunal, uma médium, uma paciente com câncer e até mesmo uma bruxa. Ele publicou o que descobriu em seu blog, que permitiu conhecer ainda mais gente que foi enganada.

Além disso, o blog também chamou a atenção de autoridades irlandesas, que o informaram que caçavam Smyth há anos, mas não tinham ideia de onde ela poderia estar desde seu desaparecimento em 2009. Enquanto isso, Walton convenceu a polícia de Los Angeles a prendê-la em abril de 2018, e ela foi condenada oficialmente no início de 2019.

Nesta época, ela foi sentenciada a cinco anos de prisão, mas foi libertada logo em dezembro de 2020, em um esforço das prisões californianas de conter a propagação da pandemia de Covid-19. Assim, ela saiu do radar de Walton e das demais autoridades mais uma vez.

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Porém, depois que seu podcast — em que contou a história que teve com Smyth — se popularizou, a partir do início de 2021, alguns de seus ouvintes alegaram que ela teria partido para o Maine, onde tentava manter um perfil discreto morando em várias casas de aluguel de curto prazo, em vez de se estabelecer em uma propriedade permanente.

Então, depois que um de seus ouvintes lhe forneceu o que seria o endereço mais recente de Smyth, Walton compartilhou a localidade com a polícia da Irlanda do Norte. Foi então que essas autoridades, em parceria com policiais dos Estados Unidos, conseguiram prendê-la novamente.

Como já mencionado, agora ela aguarda extradição para a Irlanda do Norte, onde suas acusações dos crimes entre 2002 e 2009 acarretam até 10 anos de prisão. Uma audiência sobre o pedido de extradição está marcada para o dia 17 de abril.