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Notícias / Griselda Blanco

Griselda: 5 coisas para saber antes de assistir à minissérie da Netflix

Do primeiro crime ao processo de familiares contra a plataforma de streaming; confira 5 fatos sobre a 'Madrinha da Cocaína'

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 22/01/2024, às 17h38 - Atualizado em 26/01/2024, às 19h16

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Sofía Vergara como Griselda em nova produção da Netflix - Divulgação/Netflix
Sofía Vergara como Griselda em nova produção da Netflix - Divulgação/Netflix

Chegou ao catálogo da Netflix a minissérie Griselda, uma produção ficcional baseada na história de Griselda Blanco, a 'Madrinha da Cocaína' — que construiu um verdadeiro império das drogas entre os anos 1970 e 1980, sendo pioneira de Pablo Escobar

'Griselda' é uma dramatização fictícia inspirada na vida da ambiciosa Griselda Blanco, que criou um dos cartéis do tráfico mais poderosos da história. Na Miami dos anos 1970 e 1980, uma mistura letal de charme e brutalidade ajudou Blanco a equilibrar com inteligência a vida familiar e os negócios obscuros que a levaram a ficar conhecida como 'Madrinha da cocaína'", detalha a sinopse da produção. 

Mas antes de assistir Griselda, a equipe do site do Aventuras separou 5 coisas que você precisa saber. Confira nossa lista!

+ Griselda Blanco: A 'rainha da cocaína' pioneira do narcotráfico colombiano

1. Primeiro Crime

Nascida em Santa Marta, na Colômbia, em 14 de fevereiro de 1943, Griselda BlancoRestrepo se mudou para Medellín quando tinha apenas três anos. Na grande cidade, não demorou muito até começar sua vida de crimes. 

Segundo o documentário Cocaine Cowboys, o primeiro crime de Griselda foi cometido quando ela tinha apenas 11 anos. Na ocasião, ela sequestrou um menino de 10 que morava em um bairro rico da cidade. Quando sua família não pagou por seu resgate, Blanco atirou na cabeça da vítima. 

Nesta mesma fase de sua vida, Griselda Blanco também teria cometido outros delitos, como furto de carteiras. Ela ainda começou a vender seu corpo em busca de dinheiro. 


2. Viúva Negra

Aos 13 anos, Griselda conheceu o contrabandista Carlos Trujillo, com quem se casou anos depois. A união durou uma década e gerou três filhos. Segundo aponta o Vice, após um desentendimento, porém, Blanco teria mandado algumas pessoas darem um fim em Trujillo

Após a união, Griselda se relacionou com Alberto Bravo, quem lhe apresentou o comércio da cocaína. Juntos, criaram um império com o tráfico para os Estados Unidos, mas após uma briga sobre o sumiço de milhões de dólares, Bravo foi executado. 

Griselda Blanco, a rainha da cocaína/ Crédito: Divulgação/Policía de Santa Ana

Por esse motivo, Griselda ganhou o apelido de 'Viúva Negra', que honrou ocasionando a morte de seu terceiro marido, o assaltante de bancos Dário Sepúlveda. Os dois geraram o quarto filho do casal.

Após uma discussão sobre a custódia da criança, Dário sequestrou o menino e voltou para a Colômbia. Blanco mandou seus homens armarem uma emboscada para Sepúlveda, que foi morto por assassinos fantasiados como policiais — tudo isso na presença do pequeno.


3. Homenagem à Al Pacino 

Por falar nos filhos de Griselda, os três frutos do relacionamento com Trujillo, Osvaldo, Dixon e Uber, foram mortos na Guerra do Tráfico. O único sobreviventes entre eles é Michael Corleone Blanco

Sim, o quarto nome do filho da 'Madrinha da Cocaína' é uma homenagem ao personagem de Al Pacino em 'O Poderosos Chefão'. Durante anos, Michael pareceu predestinado a ser o herdeiro de Griselda, no entanto, ele conseguiu largar tudo.

Minha mãe não era santa. Ela teve que sobreviver para fazer suas coisas. Mas no final das contas, ela era minha mãe. Para sempre irei honrá-la e respeitá-la. Eu amo ela", disse Michael em entrevista ao Sunday Mirror em 2020.

+ Os intensos relatos do filho de Griselda Blanco, a 'rainha da cocaína'


4. Polêmica

Por falar em Michael Corleone Blanco, aliás, o único filho vivo de Griselda Blancoprocessou a Netflix e a atriz colombiana Sofía Vergara — que além de interpretar a traficante, também é coprodutora da minissérie. 

Segundo relatado pelo TMZ, Michael não foi procurado pela plataforma de streaming durante o desenvolvimento da produção e tampouco autorizou o uso de imagem de sua mãe; visto que ele é responsável pelo espólio da 'Madrinha da Cocaína'. 

Sofía Vergara não consultou nenhum membro da família Blanco como forma de respeito ou para extrair detalhes antes de interpretar Griselda", disse Elysa Galloway, representante legal de Corleone Blanco. 

"Quando Michael descobriu o projeto, entramos em contato com Sofía e oferecemos os serviços de consultoria. Eles nos convidaram para uma reunião para dizer que não havia espaço para nós. A equipe de Sofía e os produtores foram desrespeitosos e produziram o projeto 'Griselda' para o próprio ganho comercial, sem detalhes-chave da família Blanco", completou.


5. O fim brutal 

Nos anos 1980, Griselda Blanco acabou detida em sua casa em Irvine, na Califórnia, pelas autoridades federais diante dos seus crimes de tráfico — pelos quais foi condenada a mais de uma década de prisão. 

Enquanto estava presa, Griselda acabou acusada de participação em três homicídios, que poderiam lhe render um lugar no corredor da morte, mas um escândalo com uma das testemunhas encerrou o caso. 

Após um acordo com as autoridades, Blanco cumpriu o restante de sua sentença federal e depois foi deportada para a Colômbia, em 2004, onde adotou uma nova vida; bem longe de sua história problemática com o tráfico. 

Ainda assim, ela seria cobrada por seu passado. Em 3 de setembro de 2012, enquanto deixava um açougue em Medellín, ela foi abordada por um homem de meia-idade que tinha acabado de descer da garupa de uma moto. 

O sujeito a alvejou com dois tiros: um na cabeça e outro no ombro. Griselda Blanco caiu no chão sem esboçar qualquer tipo de reação. A abordagem, curiosamente, havia se tornado popular justamente por conta de Blanco

Griselda Blanco, a rainha da cocaína/ Crédito: Arquivo Pessoal

"É uma espécie de justiça poética que ela tenha encontrado um fim que entregou a tantas outras pessoas", apontou o acadêmico Bruce Bagley, autor do livro 'Drug Trafficking in the Americas'. 

"Ela pode ter se aposentado na Colômbia e não ser o tipo de jogadora que era no início, mas tinha inimigos persistentes em quase todos os lugares que você olha. Tudo que vai, volta", completa. 

Sobre a perda, Michael Corleone Blanco se recorda que estava ensinando seu filho a nadar quando recebeu a notícia da morte da mãe: "Era uma ligação que eu temia há anos", aponta. 

Eu falei com ela às duas da manhã. Eles me disseram: 'Michael, estou de pé sobre o cadáver da sua mãe'", finalizou.