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Notícias / Arqueologia

HMS Erebus: Pertences da tripulação de naufrágio do século 19 são recuperados

Arqueólogos subaquáticos recuperaram objetos pessoais da tripulação do HMS Erebus, navio de guerra da Marinha Real do Reino Unido que naufragou em 1846

Éric Moreira Publicado em 31/01/2024, às 11h22

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Fotografia tirada durante exploração das ruínas do HMS Erebus - Divulgação/Parks Canada/Brett Seymour
Fotografia tirada durante exploração das ruínas do HMS Erebus - Divulgação/Parks Canada/Brett Seymour

Recentemente, um comunicado de imprensa emitido pela Parks Canada — grupo de preservação de patrimônios culturais e naturais do Canadá — revelou que uma equipe de arqueólogos subaquáticos encontrou novos artefatos pertencentes à tripulação do HMS Erebus, um grande navio de guerra da Marinha Real do Reino Unido que naufragou em 1846.

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Conforme repercutido pelo Heritage Daily, foi anunciado que houve a realização de 68 mergulhos para investigar o local do naufrágio do HMS Erebus e, neles, centenas de objetos foram recuperados, e novas imagens do navio foram obtidas. "Artefatos cuidadosamente escavados foram recuperados para ajudar a reunir mais informações sobre a Expedição Franklin de 1845, incluindo tecnologia naval, trabalho científico e vida a bordo do navio", descreve o anúncio.

De maneira objetiva, as relíquias recuperadas recentemente são relacionadas principalmente à navegação e à ciência, incluindo uma régua paralela, um termômetro intacto, uma capa de livro de couro e uma vara de pescar com carretel de latão. Eles foram encontrados onde era a cabine do oficial, e acredita-se que possam ter pertencido ao segundo-tenente Henry Dundas Le Vesconte.

Carretel de latão encontrado em meio aos destroços do HMS Erebus / Crédito: Divulgação/Parks Canada/Brett Seymour

Além disso, também encontraram um sapato de couro, potes de armazenamento e um frasco farmacêutico lacrado no que se acredita ser a despensa do Comissário do Capitão. Já outras buscas, na área do castelo de proa — onde vivia a maior parte da tripulação —, revelaram um tesouro de itens históricos, como pistolas, equipamento militar, calçados, frascos de medicamentos e moedas.

A expedição Franklin continua sendo um dos mistérios mais populares do século XIX. No entanto, graças ao importante trabalho da Parks Canada e dos parceiros Inuit, peças deste misterioso quebra-cabeça estão a ser recuperadas, permitindo-nos compreender melhor os eventos fascinantes desta incrível expedição", disse Steven Guilbeault, Ministro do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Canadá e responsável pelo Parks Canada, no comunicado.

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HMS Erebus

Ainda segundo o Heritage Daily, o HMS Erebus foi construído em 1826 pela Marinha Real britânica no estaleiro de Pembroke, no País de Gales. Ele era um navio de guerra reformado da classe Hecla, tendo sido utilizado em grandes explorações do século 19, incluindo a expedição de Ross (ocorrida entre 1839 e 1843, na Antártida), e a desastrosa expedição Franklin (de 1848, rumo ao Ártico), que culminou em seu naufrágio.

Esta última expedição, no caso, foi designada para atravessar as últimas áreas ainda não navegadas da Passagem Noroeste no Ártico canadense. Porém, o HMS Erebus e outra embarcação, o HMS Terror, ficaram presos no gelo próximo à Ilha King William. Após um ano presos, ambas as tripulações abandonaram os navios para atravessar o gelo até o continente, mas todos morreram na jornada.

Pintura retratando o HMS Erebus em seu auge / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Os restos afundados do HMS Erebus foram descobertos em 2014 pela expedição canadense Victoria Strait em Wilmot e Crampton Bay, a oeste da Península de Adelaide. Desde então, uma série de pertences da tripulação vem sendo recuperados no local.