O caso ocorreu na mesma região onde o jornalista britânico Dom Philips e o indigenista Bruno Pereira foram assassinados, em junho deste ano.
Redação Publicado em 24/11/2022, às 14h17
A DPU (Defensoria Pública da União) cobrou providências da Funai (Fundação Nacional do Índio) e do Governo Federal após um relato feito por uma indígena, que alegou que pescadores ilegais a ameaçaram de morte. O caso ocorreu na mesma região onde o jornalista britânico Dom Philips e o indigenista Bruno Pereira foram assassinados, em junho deste ano.
O povo indígena Kanamari relatou que o ataque ocorreu por volta das 9h30 de 9 de novembro. Na ocasião, homens que faziam pesca ilegal em um território preservado no rio Itacoaí abordaram um grupo com cerca de 30 pessoas.
Uma liderança indígena que estava no local contou que um dos homens teria apontado uma arma na direção do seu peito para ameaçá-lo, dizendo que os assassinatos só iriam acabar quando todas as lideranças indígenas do Vale do Javari fossem assassinadas. De acordo com relato atribuído na denúncia a um dos pescadores:
Vou tirar a máscara para você ver o meu rosto e te avisar que, por conta de atitudes assim que Bruno e Dom foram mortos, e você será a próxima. Só não te matarei agora porque estamos na presença de muitas crianças".
O pedido de liminar faz parte de uma ação civil pública de ameaças na região do Vale do Javari (AM) ajuizado desde 2018 pelo MPF (Ministério Público Federal) e protocolado ontem, 23, na Justiça Federal.
O documento, assinado pelos defensores públicos da União Renan Sotto Mayor e Francisco de Assis Nascimento Nóbrega, alerta para a continuidade de crimes ambientais, mesmo após os assassinatos do jornalista britânico e do indigenista na região.
A carta aberta assinada pela Akavaja (Associação dos Kanamari do Vale do Javari) também solicita que a Funai e o governo federal adotem as medidas necessárias para a proteção da vida e da integridade dos povos indígenas.
