Antigas habitações do Período Yayoi (300 a.C. - 250 d.C.) foram descobertas em canteiro de obras para construção de condomínio em Tóquio; confira!
Redação Publicado em 18/12/2023, às 12h00
Restos de um assentamento com mais de 2 mil anos foram descobertos recentemente, onde outrora havia uma antiga embaixada britânica, em meio à construção de um condomínio em Tóquio, no Japão.
Ao todo, foram desenterradas 28 habitações, a maioria delas sendo datadas do chamado Período Yayoi (300 a.C. - 250 d.C.) — e algumas ainda mais antigas, do período anterior, o Jomon, conforme relata o jornal japonês Mainichi Shimbun.
Segundo o site All That's Interesting, foi durante o Período Yayoi que os povos que habitavam o Japão tiveram um avanço no cultivo do arroz e da metalurgia, sendo marcado pela redução do uso de ferramentas de pedra, e maior adoção de ferro e bronze, além de mudanças no estilo de vida e alimentar, com a instalação em habitações permanentes e cultivo de arroz, painço, feijão e cabaças. A caça e a coleta eram atividades mais complementares, e muitas vezes comunidades colaboravam para o armazenamento de grãos, alimentos e água.
Vale mencionar ainda que as moradias do período Jomon e do período Yayoi possuem diferenças: as mais antigas eram feitas com telhados de palha e pisos de terra; já as mais novas, eram estruturas de madeira completas acima do solo.
Além das habitações, foram encontradas cerâmicas de ambos os períodos, bem como um cano de água de madeira, um poço e uma adega do início da era moderna.
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Professor de arqueologia da Universidade Meiji, Hideshi Ishikawa disse ao Mainichi Shimbun que ficou "surpreso com esta descoberta no centro da cidade". "Poucos assentamentos da primeira metade do final do período Yayoi com tantas moradias foram descobertos na região sul de Kanto. É academicamente importante porque nos dá uma ideia de como as pessoas viviam naquela época", explica.
Após a descoberta, o governo local do distrito de Chiyoda até concordou que havia grande importância histórica no local, o que motivou uma iniciativa de tentar preservá-lo. No entanto, aparentemente os planos não tiveram sucesso, e não serão implementadas quaisquer medidas de proteção da região.
Estamos tratando do assunto em consulta com as autoridades administrativas de acordo com a lei e as portarias", alegou um porta-voz da Mitsubishi Estate Residence Co., empresa por trás do projeto do condomínio e que também arca com os custos do levantamento arqueológico.
Apesar disso, após a descoberta do assentamento, a construção foi suspensa até que um levantamento completo do local fosse realizado, o que deve durar até março de 2024.
