O poeta era um crítico ácido do Kremlin e categorizou ataque à Ucrânia como ‘guerra criminosa’; Lev, de 76 anos, faleceu por atropelamento
Isabelly de Lima Publicado em 15/01/2024, às 11h29
No último domingo, 14, o renomado poeta russo Lev Rubinstein, conhecido por sua atuação dissidente durante a era soviética e suas críticas ao Kremlin, faleceu aos 76 anos em Moscou, poucos dias após ser atropelado. A triste notícia foi confirmada por sua filha, Maria Rubinstein, que expressou a perda em seu blog no site Live Journal.
Rubinstein, nascido em 1947 em Moscou, foi uma figura proeminente na cena literária clandestina soviética nas décadas de 1970 e 1980. Reconhecido como um dos fundadores do movimento "conceitualista" da década de 1970, o poeta desafiou abertamente a doutrina oficial do realismo socialista.
Em 8 de janeiro, Lev Rubinstein foi atropelado enquanto atravessava uma rua na capital russa, resultando em ferimentos graves que o levaram a ser internado em estado crítico. O Departamento de Transportes de Moscou revelou que o proprietário do veículo envolvido no acidente acumulou 19 violações do código de trânsito nos últimos 12 meses.
Após a desintegração da União Soviética, Rubinstein viu sua notoriedade crescer. Ele publicou em diversas editoras renomadas, além de atuar como jornalista, sem esconder suas críticas ao presidente russo,Vladimir Putin. Em março de 2022, assinou uma carta aberta junto a outros escritores russos, condenando o ataque do Exército russo à Ucrânia como uma "guerra criminosa" e denunciando as "mentiras" do Kremlin.
Segundo o Estadão, a ONG russa Memorial, dedicada à defesa dos direitos humanos e à preservação da memória das vítimas da repressão soviética, elogiou Lev Rubinstein como "um descritor incisivo de várias épocas da Rússia".
