O presidente brasileiro provocou indignação do governo israelense após comparar as ações atuais de Israel com aquelas cometidas por Hitler
Redação Publicado em 19/02/2024, às 10h04
Israel Katz, o ministro das Relações Exteriores de Israel, reagiu de maneira negativa a um comentário realizado pelo atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante uma entrevista ocorrida no último final de semana.
O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", disse o chefe de Estado brasileiro na ocasião.
Sua comparação das ações atuais de Israel com o que os nazistas fizeram durante o Holocausto foi criticada pelo governo israelense. Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro, descreveu a fala de Lula como "vergonhosa e grave", enquanto Katz o chamou de "persona non grata" — expressão em latim para "pessoa que não é bem-vinda".
Não esqueceremos nem perdoaremos. É um ataque antissemita grave. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel – digam ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que o retire", disse Katz, conforme repercutiu o The Guardian.
A atual guerra entre o governo de Israel e o Hamas, grupo extremista árabe que habita a Faixa de Gaza, possui um saldo devastador. Mais de 30 mil vidas foram perdidas, conforme as estimativas mais recentes. Destas, 1.410 eram israelenses, enquanto as outras 28.473 eram palestinas.
A Anistia Internacional e a Human Rights Watch, duas ONGS internacionais dedicadas à defesa dos direitos humanos, vêm acusando Israel de cometer crimes de guerra em sua resposta ao ataque inicial do Hamas devido ao seu bloqueio de água, alimentos e combustível para o território. Isso tirou hospitais de funcionamento e levou muitos palestinos a uma situação de sede e inanição — fator que contribui para a disparidade de mortes entre os dois lados da guerra.
