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Notícias / Ciência

Macaco-rhesus é clonado a partir de técnica de transplante de placenta

Quase 30 anos após famosa ovelha Dolly, pesquisadores chineses utilizaram de um método inédito para realizar a primeira clonagem bem-sucedida de um macaco-rhesus

Éric Moreira Publicado em 17/01/2024, às 09h49

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ReTro, o primeiro macaco-rhesus clonado bem-sucedido no mundo - Divulgação/Qiang Sun
ReTro, o primeiro macaco-rhesus clonado bem-sucedido no mundo - Divulgação/Qiang Sun

Recentemente, a comunidade científica pôde comemorar um novo avanço em uma das tecnologias mais imaginadas para o futuro, retratada em filmes de ficção científica: a clonagem. Isso porque pesquisadores chineses conseguiram realizar, pela primeira vez na História, uma clonagem bem-sucedida de um macaco-rhesus (Macaca mulatta), a partir de um novo procedimento de "transplante de placenta".

Os macacos-rhesus são uma espécie de primata muito utilizados em pesquisas biomédicas pelo mundo, sendo bastante próximo evolutivamente dos seres humanos, de acordo com a Folha de S. Paulo. Dessa forma, o avanço nas pesquisas recentes pode se tornar extremamente valioso para estudos sobre biologia reprodutiva e de desenvolvimento ao longo dos anos.

O estudo recente, liderado por Falong Lu, Zhen Liu e Qiang Sun, membros relacionados a diferentes órgãos da Academia Chinesa de Ciências, e foi publicado na terça-feira, 16, na Nature Communications.

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Vale mencionar, ainda, que o caso recente do rhesus não foi a primeira clonagem reprodutiva bem-sucedida de um primata. Antes disso, em 2018, dois macacos cinomolgos (Macaca fascicularis) também foram clonados, mas utilizando-se de outra técnica.

Além deste, outro macaco-rhesus também já foi clonado anteriormente, entretanto, o filhote sobreviveu por somente algumas horas depois de seu nascimento. O estudo chinês recente, por sua vez, é o primeiro a produzir um membro clonado que sobreviveu a longo prazo — o estudo só foi aceito para publicação, em novembro de 2023, depois que o animal, um macho chamado ReTro, já tinha dois anos.

Dificuldades

O foco do estudo foi refinar as técnicas de clonagem reprodutiva já conhecidas, além de entender por que ocorrem tantos erros neste processo — o que é constante desde os primeiros experimentos, incluindo a ovelha Dolly, na década de 1990, na Escócia.

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De maneira geral, para as clonagens, são necessários centenas de óvulos e outras dezenas de "mães de aluguel", nas quais os embriões seriam cultivados antes de começarem o desenvolvimento. Um dado relevante é que, entre os mamíferos em geral, a taxa de sucesso nessa etapa é baixíssima, entre 1% e 3% — com exceção dos bovídeos, cuja taxa é de 5% a 20%.

Essa dificuldade se deve especialmente ao processo de reprogramação molecular que as células precisam passar durante a clonagem. Porém, com o "transplante de placenta" — em que células precursoras da placenta de embriões "naturais" são unidas às de embriões clonados a partir de uma microcirurgia —, essa rejeição do embrião diminui.

Agora, mesmo que a eficiência do procedimento ainda não seja alta, sendo até mesmo equiparada aos métodos "tradicionais" de clonagem, os pesquisadores acreditam que a nova técnica de "transplante de placenta" pode facilitar esse processo em primatas no futuro.