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Notícias / Madeleine McCann

Madeleine McCann: Suspeito trabalhava no resort no momento do sequestro

Segundo testemunha que conheceu o principal suspeito do sequestro da jovem inglesa, Brueckner trabalhava no resort onde os pais de Madeleine se hospedaram

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 29/02/2024, às 10h49 - Atualizado em 01/03/2024, às 10h12

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Madeleine McCann - Reprodução/Arquivo pessoal
Madeleine McCann - Reprodução/Arquivo pessoal

Principal suspeito pelo desaparecimento de Madeleine McCann, em 2007, Christian Brueckner trabalhava no resort de Algarve, em Portugal, no momento em que a família britânica se hospedou no local. 

Quem fez a bombástica revelação foi o britânico Ken Ralphs, durante entrevista ao Daily Mail. Segundo ele, Christian era funcionário do restaurante do resort Ocean Club frequentado por Kate e Gerry McCann, pais de Madeleine.

Em suas revelações, Ralphs ainda diz que Brueckner conspirou com outro sujeito para raptar uma jovem e depois vendê-la a um casal incapaz de ter filhos. O homem acredita que a dupla colocou em prática o plano com o sequestro de Madeleine naquele fatídico maio de 2007. 

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Porém, ao veículo britânico, ele diz acreditar que Brueckner e seus comparsas perderam a coragem de seguir com o planejado depois que o caso ganhou repercussão global — o que impossibilitou 'vender' McCann sem levantar suspeitas. No entanto, como tudo aconteceu?

Denúncia 

Com a notícia do desaparecimento de Madeleine, Ken Ralphs alegou ter procurado imediatamente a polícia do Reino Unido e de Portugal para relatar o que sabia. Em ambos os países, ele informou que Christiantrabalhava no restaurante Ocean Club

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Após 13 anos de investigações infrutíferas, Brueckner foi nomeado pelos procuradores alemães em 2020 como o principal suspeito no notório caso da menina desaparecida. Declarando inocência no sequestro, o alemão jamais foi condenado pelo sumiço, entretanto, atualmente, está preso por ser condenado e por acusações de uma série de outros crimes sexuais.

O fato é que Brueckner viveu na região do Algarve, no sul de Portugal, perto da Praia da Luz, onde Madeleinedesapareceu em 3 de maio de 2007 — com apenas três anos. Por lá, ele viveu por 12 longos anos fazendo parte de uma comunidade de andarilhos da região. 

Desde então, também veio à luz que ele era traficante de drogas e foi condenado por acusações não relacionadas de abuso sexual e tráfico de drogas. Atualmente, encontra-se numa prisão alemã pela violação de uma mulher de 72 anos na sua casa na Praia da Luz, em 2005.

Ralph o teria conhecido após um erro da polícia inglesa que o expôs após ter denunciado uma gangue local. Assim, ele e sua esposa se viram obrigados a deixarem o país e passaram por uma estadia em Algarve, onde, por meio de outro homem, conheceram Christian. 

O sujeito, que não será identificado por razões legais, foi chamado pelo Daily Mail pelo nome fictício de John.

Plano de um sequestro

Ken Ralphs explicou que ele, John e Brueckner estiveram em um acampamento escondido em Carrapateira — a 16 quilômetros da Praia da Luz — onde John ficou com a mulher e dois filhos pequenos numa tenda estilo teepee. Aquela altura, John passava por dificuldades financeiras. 

Cerca de uma semana antes do sequestro de Madeleine, em uma noite de abril de 2007, Ralphs disse que estava ao redor de uma fogueira conversando com John e bebendo cerveja — Christian os acompanhou no início da noite, mas foi embora pouco depois de um tempo. 

Sozinhos, Ken aponta que John lhe confidenciou o plano de Brueckner sobre sequestrar uma jovem e vendê-la a uma família; sugerindo isso como uma forma de ganhar algum dinheiro rápido.

Ficamos sentados perto do fogo até as primeiras horas da manhã… e foi então que [John] começou a chorar e a confessar", aponta. 

"[John] me disse que Christian planejava levar uma criança da Praia da Luz", prosseguiu. "Ele então esclareceu que não se tratava de resgate, mas sim de levar uma criança para vender a um casal alemão que não poderia ter seus próprios filhos".

"Ele me garantiu que a criança não seria prejudicada", disse Ralphs, acrescentando que John "me disse que Christian conhecia muitas pessoas que pagariam um bom dinheiro por uma criança, e que a criança seria tirada de uma família rica com mais de um filho [próprio], para que os pais não sofressem tanto".

Após a chocante revelação, Ralphs pressionou John para obter mais informações. Assim, ele revelou que Brueckner "trabalhava no restaurante [Ocean Club] e que vinha planejando eventos há meses".

Ele disse que Christian conhece o lugar de dentro para fora e é muito inteligente e sabe o que está fazendo", acrescentou Ralphs.

Ao recordar os eventos daquela noite ao Daily Mail, Ralphs lembra que tentou convencer John de não prosseguir com a conspiração de Brueckner. Ele até chegou a oferecer um emprego ao sujeito para ele desistir de fazer parte do sequestro. Mas, no fim da noite, os dois foram para seus abrigos e não tocaram mais no assunto. 

Uma semana depois, Ken precisou voltar brevemente para o Reino Unido. Foi quando a notícia sobre o desaparecimento de Madeleine passou a rodar o mundo. "Eu estava sentado na casa do meu pai tomando uma xícara de chá quando o noticiário apareceu", disse emocionado. "A primeira coisa que eu disse foi 'ah, pelo amor de Deus'. Meu pai perguntou qual era o problema e eu contei a ele".

Comovido, Ken procurou a polícia inglesa e entregou aos oficiais um mapa desenhado à mão de onde o acampamento estava escondido em Portugal e solicitou que o enviassem às autoridades portuguesas envolvidas na busca por Madeleine. Ele também disse aos policiais que John havia lhe contado que Brueckner trabalhava no Ocean Club.

Entretanto, quando regressou a Portugal, dias depois, Ken foi diretamente ao local do acampamento e viu que tudo havia sido destruído pelo fogo — tudo menos uma gaiola de bambu que antes não estava lá.

Tudo foi destruído por um incêndio - tudo foi destruído, totalmente queimado. Tudo o que restou foi uma jaula de mais de um metro e meio de altura, o que achei incomum, porque a jaula não estava lá antes, quando [John] fez sua confissão", apontou.

John teria deixado o local e se mudado para África — o que surpreendeu Ralphs pelo fato do colega não ter dinheiro. Os dois nunca mais se viram ou se falaram desde então. John chegou a ser rastreado pela polícia, entretanto, em todo momento negou conhecer Ken

Ralphs relatou à Sky News no início deste mês que "a polícia me disse que alguém tinha feito contato com meu amigo no exterior e ele negou me conhecer, mas tenho uma dúzia de testemunhas que dirão que ele está mentindo".

Acho que ele simplesmente não queria ser interrogado pela polícia", refletiu. 

Ralphs também disse que conversou com dois funcionários da GNR (Guarda Nacional Republicana de Portugal), que forneceram a mesma informação que deu à polícia do Reino Unido. Ele alegou que os funcionários disseram que conheciam John, mas duvidavam que ele pudesse estar envolvido por ter sua própria família.

À medida que a história do desaparecimento de Madeleine chegava às primeiras páginas, o próprio Ralphs disse que foi ao Ocean Club naquela época, enquanto as investigações estavam em andamento, e viu a polícia vasculhando a área. Perto dali, disse ele, encontrou Brueckner vestindo um avental, o que lhe deixou "chocado". 

"Ele estava trabalhando ilegalmente no Ocean Bar", sendo pago por baixo da mesa, afirmou Ralphs. "Este homem [Christian] estava lá em seu restaurante, ainda trabalhando para eles ilegalmente no restaurante — o que poderia ter colocado mais pessoas em risco".